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Los Hermanos em noite de nostalgia em Pernambuco

Marcelo Camelo relembrou show há 20 anos e cantou a mais recente do grupo: “Corre Corre” - Foto: Gil Alves/Divulgação
Cariocas se apresentaram sexta (12), no Centro de Convenções, e lembraram show no Abril Pro Rock, há 20 anos

Por Guto Moraes, especial para o site Roberta Jungmann

A primeira vez que o quarteto carioca Los Hermanos tocou em Pernambuco foi em 1999, na 7ª edição do festival Abril Pro Rock. Na época, não era possível prever a dimensão do projeto que reúne Bruno Medina, Rodrigo Amarante, Marcelo Camelo e Rodrigo Barba alcançaria. Vinte anos depois, os músicos voltaram ao Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, para mais uma “turnê pós-término”.

Na noite de sexta-feira (12), o reencontro com os fãs pernambucanos não teve grandes surpresas, mas reafirmou o interesse do público em relação ao grupo, que anunciou um recesso em 2007. A noite contou com protesto tímido e música nova. De acordo com a assessoria do evento, mais de 10 mil pessoas estavam no local.

Os músicos subiram ao palco por volta das 22h30 e trouxeram um set com faixas dos quatro álbuns de estúdio. “A Flor”, do álbum Bloco do Eu Sozinho (Abril Music, 2001), e “O Vencedor”, do Ventura (BMG Brasil, 2003), abriram caminho para a primeira apresentação de “Corre Corre” no Estado. A faixa foi lançada no último dia 1º e é a primeira inédita da banda em 14 anos. O público estava afiadíssimo, com a letra na ponta da língua.

Em seguida, foi a vez de “A Outra”, seguida por “Primeiro Andar”, do 4 (Ariola Records, 2005), “Último Romance”, ““Conversa de Botas Batidas”, “Tenha Dó” e “Sétimo Andar”. No Bis, “Deixa o Verão”, “Azedume”, do homônimo Los Hermanos (Abril Music, 1999), e “Pierrot” encerraram o show que durou cerca de 1h40. “Obrigado, Recife! Vocês vieram apesar da chuva. Muito legal”, despediu-se Amarante.

Para a psicóloga Isabela Araújo, 31 anos, o show dos cariocas é marcado pelo reencontro – quase religioso – com o mesmo grupo de amigos. “A gente já viu em pelo menos de três a quatro shows”, recorda. “Já fazia um tempo que eles não vinham, então a saudade anima um pouco mais. A gente fica na ansiedade, querendo ouvir certas músicas. Achei que foi um dos melhores, talvez pela saudade.”

O administrador George Queiroz, 43 anos, lembra da apresentação da banda ainda no Abril Pro Rock. “Um show de 40 minutos. Eram dois palcos e eles ficaram no palco auxiliar”, conta. “Hoje, só vim por causa do meu filho, que de tanto escutar comigo se tornou fã.” Kauã, 12 anos, aproveitou a oportunidade e garantiu o presente de aniversário do dia 19.

Fã desde a adolescência, só agora a universitária Daniela Siqueira, 21 anos, conseguiu ver os ídolos de perto. “Não imaginei que viria tanta gente. Foi maravilhoso! Durante toda minha adolescência escutei Los Hermanos e, assim, é uma nostalgia absurda. Quando fiquei sabendo que eles viriam, mobilizei todo mundo”, confessa.