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Degradação florestal supera desmatamento na Amazônia, diz pesquisa

Foto: Reprodução
Os resultados foram publicados nesta quinta-feira (10) na revista Science, uma das mais importantes do mundo

Um estudo conduzido por pesquisadores brasileiros e americanos mostra que a área da Amazônia brasileira afetada por degradação florestal é maior do que a área desmatada. No período analisado pela equipe, que vai de 1992 a 2014, a estimativa é de que a área das florestas degradadas tenha chegado a 337 mil km2, contra 308 mil km2 de desmate. Os resultados foram publicados nesta quinta-feira (10) na revista Science, uma das mais importantes do mundo.

Foto Fernando Donasci/Folhapress

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Entende-se por degradação ambiental a retirada seletiva de madeira, as queimadas que não chegam a destruir a mata de vez e o picotamento da floresta virgem em pequenos fragmentos. Além da perda da biomassa (matéria orgânica) devido a diferentes atividades predatórias, como o desmate. Os dados revelam que, geograficamente, essas regiões degradadas estão dispersas por novas fronteiras, não relacionadas ao tradicional arco do desmatamento.

A pesquisa destaca que as novas descobertas têm implicações para as emissões de gases do efeito estufa, perda da biodiversidade e aumento da incidência de doenças infecciosas. “É preciso parar de enxergar a questão das mudanças no uso da terra na Amazônia como algo que é só desmatamento. Há mais coisas acontecendo, e esse artigo ajuda a mostrar isso”, diz o geógrafo Marcos Antonio Pedlowski, da Uenf, um dos coautores do trabalho.