Política

Tereza Cristina diz que mais gado no Pantanal diminuiria queimadas

Ministra da Agricultura - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
A ministra da Agricultura afirmou que os incêndios são um desastre, mas elogiou a atuação de Ricardo Salles

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, virou assunto na web nesta sexta-feira (9). Em audiência no Senado, ela disse que o boi é o “bombeiro do Pantanal” e que, se tivesse mais gado no bioma, as queimadas e o “desastre” na região poderiam ter sido menores. Para a ministra, inclusive, o fato de o boi comer capim seco e inflamável previne o alastramento do fogo.

Tereza Cristina – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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“Aconteceu o desastre porque nós tínhamos muita matéria orgânica seca que, talvez, se nós tivéssemos um pouco mais de gado no Pantanal, isso teria sido um desastre até menor do que nós tivemos este ano”, afirmou Tereza Cristina na comissão que acompanha ações contra as queimadas no Pantanal. “O boi é o bombeiro do Pantanal, porque é ele que come aquela massa do capim, seja ele o capim nativo ou o capim plantado, que foi feita a troca, é ele que come essa massa para não deixar como este ano nós tivemos. Com a seca, a água do subsolo também baixou os níveis. Essa massa virou um material altamente combustível”, completou a ministra.

Aliás, o raciocínio do “boi bombeiro” não é novo dentro do governo. Ele já tinha sido usado pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e pelo presidente Jair Bolsonaro. Ainda assim, especialistas dizem que a lógica de o gado evitar as queimadas por comer matéria inflamável é um mito. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, as fortes queimadas na região consumiram 14% da área do Pantanal somente em setembro deste ano.

Queimadas destroem o Pantanal – Foto: Chico Ribeiro/Governo do Mato Grosso do Sul/AFP
Tereza Cristina na presidência da Câmara

O nome da ministra da Agricultura já tinha circulado, mais cedo nesta sexta-feira (9), por Brasília. Diante do desentendimento entre partidos pela sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara dos Deputados, o nome de Tereza Cristina surgiu como alternativa. Segundo o jornal O Globo, mesmo contando com a simpatia de ruralistas e bolsonaristas, a deputada federal do DEM, licenciada do mandato para tocar a pasta, não demonstra, até agora, interesse em entrar na embaralhada disputa política.

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