Política

Conheça Kamala Harris, primeira vice-presidente negra dos EUA

Kamala Harris - Foto: Reprodução

Protagonizando uma das mais acirradas e importantes eleições presidenciais da história dos Estados Unidos, Joe Biden se elegeu batendo recordes como o presidente mais votado do país. Até o momento desta publicação, ele já conta com mais de 74,8 milhões de votos populares, quebrando a marca anterior de ex-presidente Barack Obama (69,4 milhões).

Entretanto, a vitória de sua candidatura também conquista outro precedente histórico igualmente considerável. Kamala Harris alcança o feito de ser eleita a primeira vice-presidente negra de ascendência asiática da história do país.

Foto: SAUL LOEB / AFP

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Filha de mãe indiana e pai jamaicano, a advogada nasceu em Oakland, no Estado da Califórnia, em 20 de outubro de 1965 e tem dois cursos acadêmicos no currículo: se formou como bacharel em artes pela Universidade de Howard e em direito pela Faculdade de Direito Hastings, da Universidade da Califórnia. Foi nomeada em 2004 como procuradora-geral da cidade de São Francisco, e, oito anos depois, se tornou a primeira mulher a ocupar o mesmo cargo no Estado, se reelegendo em 2014.

Biden convidou a senadora pela Califórnia para ser sua companheira de chapa em 11 de agosto, sendo considerada por assessores próximos ao democrata a escolha mais óbvia entre as várias políticas negras que foram cotadas e entrevistadas para ocupar a vaga. Com a sua chegada ao cargo, a candidata progressista promete dar direitos civis a imigrantes que chegaram ainda crianças ao país. Além de apoiar o direito das mulheres ao aborto, ela defende que os cidadãos mais pobres tenham direito a um serviço de saúde gratuito e  quer renovar toda a estrutura para priorizar a eficiência energética, modernizando a rede elétrica, eliminando as emissões de gases do efeito estufa em apenas dez anos.

Joe Biden e Kamala Harris durante comício do partido democrata – Foto: Reprodução/ABC

Desde maio, os EUA vivem uma onda de protestos antirracistas e contra a violência policial, liderados pelo movimento “Black Lives Matter” (“vidas negras importam”, em tradução livre do inglês). O estopim foi o caso de George Floyd, um ex-segurança negro que foi morto durante uma abordagem policial. O ato de violência institucionalizada levou centenas de milhares de pessoas às ruas em favor da justiça e por um fim a escalada de mortes negras que ocorrem no país.

Durante a Convenção Nacional Democrata, Harris salientou em seu discurso a necessidade de o país ser mais inclusivo, em direção contrária à seguida por Donald Trump em seus quatro anos de governo.

“Estou aqui como testemunha da dedicação de gerações que me antecederam. Mulheres e homens que acreditaram corajosamente na promessa de igualdade, liberdade e justiça para todos. E há outra mulher, com nome desconhecido, cuja história não é compartilhada, outra mulher por quem eu me levanto. A minha mãe, Shyamala Gopalan Harris. Ela veio da Índia aos 19 anos para seguir o sonho de encontrar uma cura para o câncer. Na Universidade da Califórnia, conheceu meu pai, Donald Harris, que veio da Jamaica estudar economia. Apaixonaram-se no modo mais americano e lutaram juntos na marcha pelos direitos civis dos anos 1960. Ela nos ensinou a ver um mundo para além de nós mesmos. Nos ensinou a sermos conscienciosos e compassivos com as lutas de todas as pessoas, acreditando que o serviço público é uma causa nobre”, comentou.

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