A prévia, das mais tradicionais do Recife, ocorreu sexta-feira (15), no Clube Português, e foi marcada por cancelamentos e confusões
O 41º Baile dos Artistas não cumpriu o prometido. A prévia, das mais tradicionais do Recife, fez uma edição capenga, marcada por cancelamentos e várias confusões entre produção, desta vez sob a batuta do maestro Gil Amâncio, e contratados. A noite da sexta (15) começou bem, com o movimento fraco, é verdade, mas natural. A chegada da jornalista Fátima Bernardes, que estava linda num modelo do estilista pernambucano Márcio Costa, e do namorado, o deputado federal Túlio Gadêlha, causou o maior alvoroço na festa. O casal recebeu todos na salinha onde também estavam os outros homenageados. A dupla queridinha da internet chegou às 23h30, posou para fotos com fãs e seguiu para o palco.
Não se pode negar: Fátima e Túlio brilharam – ela Rainha do baile; ele Embaixador. Dançaram ao som do frevo misturado com o bandolim de Bia Villa Chan, a talismã do agito. Desfilaram pelo palco e, como todos os agraciados, fizeram também discurso. “Me senti extremamente honrada de estar representando tantos artistas”, disse Fátima. Já Túlio bateu na tecla da resistência e pediu mais amor. Mas nem o brilho do casal conseguiu salvar o baile, que já vinha definhando. No ano passado, vale lembrar, a edição no Baile Perfumado já anunciava uma trajetória difícil para a festa.
A tradição de reverenciar a produção local foi mantida e, desta vez, a presidente do Sindicato de Artistas de Pernambuco, Ivonete Melo, foi agraciada. Entre os que receberam menção honrosa, o cantor Nido Pedrosa; o presidente do bloco lírico Flor da Lira de Olinda, Seronildo Guerra; a presidente da Amotrans-PE, Chopelly Santos; o médico Cláudio Lacerda; e o fundador do Maracatu Nação Pernambuco, Bernardo Contramestre. O cantor Silvério Pessoa, que seria o Príncipe, foi substituído, e a atriz Nínive Caldas, que viverá Madalena na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém 2019, recebeu a coroa de Princesa. Ainda na programação da noite, o desfile das fantasias e de Garoto e Garota do Baile. Foi a drag queen Ruby Nox quem levou a melhor na disputa das produções carnavalescas, com o seu “Pavão Misterioso”.
O primeiro cancelamento a ser anunciado foi o do Maestro Forró, que, aliás, é irmão do produtor do evento e também maestro, Gil Amâncio, e seria coroado Rei desta edição. Forró alegou “descumprimento contratual”, “falta de profissionalismo por parte da produção” e lamentou a falta, que, segundo ele, “foi a única alternativa”. Em relação ao fato, Gil afirmou, em conversa com o site Roberta Jungmann: “Em função do profissionalismo, antecipamos 20 minutos para não correr o risco de nenhum atraso. Chamamos Maestro Forró em vários momentos e ele não compareceu ao palco. Ele se recusou porque começamos a cerimônia antes do previsto, porque ocorreu muito assédio em torno de Fátima Bernardes”. Informação, aliás, que já foi desmentida pela produtora de Forró, Marília Fraga, que esclarece: “A falta de respeito que tiveram com o artista no momento da coroação foi apenas uma gota d’água num oceano de atropelos, faltas e amadorismos”. Resultado: Fátima foi Rainha sozinha, sem Rei, porém não menos brilho.
Até 1h30 do sábado (16), nenhuma atração de peso da programação havia subido ao palco. A situação complicou quando até o responsável pelo som resolveu desligar o equipamento. Alegou que não recebeu sequer um centavo da produção. Só se voltou a ouvir música depois de meia hora, e só porque ele ficou com medo de que o público, insatisfeito com a festa, pudesse depredar a mesa de som.
Pouco tempo depois, foi a atração principal do agito, Priscila Senna, a Musa, quem cancelou a sua participação. A cantora e seus músicos deixaram o Clube Português por volta da 1h45. Segundo o empresário Márcio Pires, a organização do baile não cumpriu com o contrato. Priscila lamentou: “Eu estava contando as horas pra me apresentar no Baile dos Artistas e infelizmente não foi possível. É triste que um baile tão tradicional tenha caído nas mãos de quem não conhece de organização de evento. Mas a gente se vê por aí no carnaval. Temos outros encontros pela frente”.
Sobrou para a cantora Michelle Melo segurar a onda do baile. Subiu ao palco depois das 3h e animou aqueles que pagaram o ingresso e já estavam sem esperança diante de tanta confusão. Também não houve presenças de destaque. O mundo político, se não fosse por Túlio Gadêlha, não estaria representado. O baile conhecido pela irreverência e arrojo ficou mais triste este ano, mas segue resistindo.
Achei uma falta de respeito mencionar que apenas a “cantora” Michelle Melo segurou o baile, na realidade o cantor Alan ka, que se apresentou antes de Michelle, foi quem LOTOU o salão, botou todo mundo pra sacudir geral, e ELE SIM, SALVOU a festa, porque no show da cantora ai, contavam-se nos dedos a quantidade de pessoas. Vamos aprender a dar melhor as notícias hein Roberta Jungmann.