A Paixão de Cristo 2019 mostrou toda sua grandiosidade na pré-estreia da temporada, que aconteceu na sexta-feira (12). A encenação obteve, da composição formada entre cenário, figurinos, efeitos especiais e atores, um resultado que agradou a todos presentes. O elenco principal, formado pelos globais José Carré (Jesus), Bruno Gomes (João), Gabriel Braga Nunes (Pilatos), Ricardo Tozzi (Herodes) e Priscila Fantin (Maria, além das, pernambucanas Rafaela Carvalho (Herodíase) e Ninive Dantas (Madalena) que, com muita sutileza e atenção aos detalhes, conseguiram arrancar aplausos do público ao final de todas as cenas.
Para assistir à 52ª apresentação no maior teatro ao ar livre do mundo, o governador Paulo Câmara e a primeira dama do estado, Ana Luiza, levaram suas duas filhas. A comitiva liderada por ele, que contava Rodrigo Novaes, secretário de Turismo, Gilberto Freyre Neto, Renildo Calheiros, e outros nomes da política, também prestigiou o espetáculo. Durante o trajeto dos palcos, Paulo Câmara assistiu ao espetáculo ao lado do coordenador geral da peça, Robinson Pacheco, filho de Plínio Pacheco, idealizador e construtor da cidade teatro de Nova Jerusalém.
Sob o comando dos diretores Carlos Reis e Lucio Lombardi, a estréia de Juliano Cazarré nos palcos da Paixão de Cristo como intérprete de Jesus não poderia ter sido mais emocionante. O ator construiu um personagem reflexivo e humano. Entregando-se completamente ao papel, estava sincronizado com todas as falas pré-gravadas durante a encenação. As facetas de Gabriel Braga Nunes deram face a um Pilatos que mostrava que crucificar Jesus não era um escolha pessoal. Ricardo Tozzi e Rafaela Carvalho foram a personificação perfeita do Rei e da Rainha da Galiléia na cena do Bacanal de Herodes. Priscila Fantin e Ninive Caldas deram vida e emoção as personagens que sentem e vivenciam toda a dor de ver Jesus Cristo sendo crucificado.
Entre as novidades de 2019, estão um figurino completamente novo e a inserção de uma nova tecnologia à apresentação. Ficou a cargo de Marina Pacheco, figurinista e diretora de arte, alterar a cartela de cores das vestes para um tom mais claro e com um tingimento natural, utilizando raízes, cascas de arvores, frutas e sementes, para dar uma sensação de envelhecimento e desgaste as roupas. Os diretores do espetáculo decidiram ir mais afundo na tecnologia e utilizaram um drone com uma luz azul ao final da apresentação, para representar a subida de Jesus ao céu, após sua ressureição.
Coletiva
Após a pré-estreia, o elenco falou sobre a experiência de contracenar no maior teatro à céu aberto do mundo. Todos concordaram que a Paixão de Cristo é a quarta linguagem do ator, e que a experiência é incomparável a tudo que já viveram. Gabriel Braga nunes contou que, apesar de sempre ter tido vontade de participar do espetáculo, por conta da sua agenda fazendo novelas, nunca teve tempo e também o que vai levar da peça “Vou levar o prazer de uma grande comunhão teatral. O objetivo é você conseguir um encontro, uma comunhão, com as pessoas que vieram até aqui”, revelou o intérprete de Pilatos.
O Jesus Cristo, Juliano Cazarré, foi o mais esperado e explicou como foi toda sua preparação para realizar o personagem chave. “Eu li muito a bíblia, O novo testamento. Desde dezembro li e reli. Li muito Isaias. Vim fazendo o caminho desde o nascimento de Jesus. Li a paixão de Cristo para os meus filhos. Também umas leituras menos ortodoxas”. Falou também sobre como quer projetar o personagem para o público: “um Jesus amigo, carismático, que acha graça nas coisas, que gosta da vida, de estar vivo”.
Bruno Lopes, que faz o apóstolo João, contou como é contracenar ao lado da esposa, Priscila Fantin. “É mais fácil trabalhar ao lado das pessoas que a gente ama. Fazemos muita coisa junto e aqui não vai ser diferente. Agente tem um ao outro como apoio. Eu acho excepcional”, explicou. Já Priscila, que interpretou Maria explicou sobre os limites para fazer um personagem “Não tem limite. A gente está contando uma história. Um personagem. Naquela época não existia uma preocupação tão grande. A gente se joga na lama sim. Mela a barra da túnica sim. Ser ator fazer à vera mesmo.” O casal entrou em consenso e afirmou que o momento mais especial da peça é quando Maria e João tiram Jesus da Cruz.
A pernambucana Rafaella Carvalho já é veterana na encenação e contou que, ao receber o papel de Herodíades, fez muita festa com os amigos. “Para mim foi um grande presente. Esse é meu 10° ano. A rainha Herodíades era uma pessoa muito forte e real. É um grande desafio, porque é muito diferente da minha personalidade. E, para o ator, quanto mais distante, mais prazeroso” contou.
Ricardo Tozzi conta o como é fazer o Governador da Judéia “o desafio é recontar uma história que já foi contada milhões de vezes” e, quando perguntado quem seria Herodes nos dias atuais ele respondeu: “Todos nós. A gente valoriza dinheiro, sexo, carência. Assim como ele fazia”. Ainda brincou “Herodes estaria tirando fotos com suas jóias e todo o seu ouro para postar no instagram”.
Por fim, Nínive Caldas falou sobre a experiência de voltar aos palcos do teatro de Nova Jerusalém e sua inspiração no filme “Maria Madalena”, de Garth Davis, para realizar a personagem. Apresentadora do programa “Na direção delas”, a atriz explicou a relação entre Madalena e o feminino. “Trabalhar com o feminino e poder trabalhar como maria Madalena é um presente, porque ela é uma mulher de vanguarda, que vai além das escrituras. Se destaca em uma época em que as mulheres não tinham nem validade jurídica“.
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