O cineasta Kleber Mendonça Filho, que está no Festival de Cannes pela segunda vez, explicou, com exclusividade ao site Roberta Jungmann, o porquê de não ter feito protesto no evento, como ocorreu em 2016, quando levou “Aquarius” para disputar a Palma de Ouro. À época, o assunto político da vez era o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff. Diretor e elenco levaram placas em que frases alertavam para um “golpe de estado” no Brasil.
Este ano, no entanto, Kleber e o elenco do filme “Bacurau”, que dirigiu com o também pernambucano Juliano Dornelles, foram mais discretos e não houve nada parecido, mesmo o trabalho tendo sido exibido no dia 15 de maio, data em que o Brasil estava completamente mobilizado em prol da educação, tomado por protestos contra o ministro Abraham Weintraub e o presidente Jair Bolsonaro. Ao ser indagado por esta repórter, através do Whatsapp, Kleber foi enfático: “O filme é nossa manifestação”.
Sobre “Bacurau”
O único representante do Brasil na disputa pela Palma de Ouro do Festival de Cannes é pernambucaníssimo e vem para reforçar o talento incontestável do cineasta Kleber Mendonça Filho. No elenco, Sônia Braga, o alemão Udo Kier, Barbara Colen, Silvero Pereira, Wilson Rabelo, Thomas Aquino e mais.
A sinopse oficial dá conta de que “Bacurau, um pequeno povoado do sertão brasileiro dá adeus a Dona Carmelita, mulher forte e querida por quase todos, falecida aos 94 anos. Dias depois, começam os sinais de que a tranquilidade de Bacurau estará sob ameaça. Uma sequência de incidentes mergulham o vilarejo numa tensão crescente. No entanto, muitos não contavam com um detalhe: que no passado desse lugar extraordinário estava adormecido um talento especial para a aventura”.
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