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Pioneiro na TV, Maurício Sherman morre aos 88 anos

Maurício Sherman - Foto: Divulgação
Segundo a família, ele morreu em casa, na Zona Sul do Rio

Um dos pioneiros na TV no Brasil, como ator, produtor e diretor, Maurício Sherman faleceu, na manhã desta quinta (17). Segundo a família, ele morreu em casa, na Zona Sul do Rio. Sherman contribuiu para diversas emissoras de TV do país, como a Tupi, a Excelsior e a Manchete. Aliás, em várias passagens pela Globo, ajudou a criar o “Fantástico”.

Sherman também dirigiu programas de humor, como “Faça Humor, Não Faça Guerra”, “Os Trapalhões” e os de Chico Anysio. Ele, inclusive, foi diretor-executivo da Central Globo de Produção. Em 1983, Maurício Sherman aceitou o convite de Adolfo Bloch para dirigir a programação da recém-inaugurada TV Manchete. Foi o responsável pela criação do programa “Bar Academia” e dos programas infantis de Xuxa e Angélica, apresentadoras descobertas e lançadas por ele.

Sherman participou do filme ‘Até Que a Sorte Nos Separe’ – Foto: Reprodução
Trajetória

Sherman nasceu no dia 21 de janeiro de 1931, em Niterói, Região Metropolitana do RJ, filho de um casal de judeus poloneses. Formou-se em direito na Universidade Federal Fluminense, no fim dos anos 1940. Aos 13 anos, já participava de peças amadoras apresentadas em um Clube da Colônia Judaica, em Niterói. Em uma dessas ocasiões, foi convidado pelo radialista Hélio Tys para trabalhar como ator na Rádio Mauá, onde estreou em uma representação de “O Corcunda de Notre Dame”.

Em 1949, foi convidado a trabalhar na Rádio Guanabara, onde conheceu Chico Anysio, Fernanda Montenegro, Nathalia Timberg, Fernando Torres e Elizeth Cardoso. Aliás, em 1951, iniciou sua trajetória na televisão. Ele participou de uma representação da Paixão de Cristo na TV Tupi.

Posteriormente, em 1954, passou a trabalhar na TV Tupi do Rio de Janeiro, onde permaneceu por dez anos. Durante este período, atuou no “Sítio do Picapau Amarelo” e dirigiu um teleteatro com Heloísa Helena. Depois de uma breve experiência na TV Excelsior, Maurício Sherman foi convidado por Mauro Salles para trabalhar na Globo, em agosto de 1965.

Em 1966, dirigiu os programas humorísticos “Riso Sinal Aberto” e “Bairro Feliz”. Nesse período, contribuiu para a entrada na Globo dos redatores de humor Max Nunes e Haroldo Barbosa. Maurício Sherman deixou a Globo em 1968, quando o programa que então dirigia, “Noite de Gala”, passou a ser exibido na TV Excelsior. Neste mesmo ano, foi convidado a comandar uma equipe de criação na TV Tupi.

Permaneceu na Tupi até 1972, quando retornou à Globo para dirigir o humorístico “Faça Humor, Não Faça Guerra”, com Jô Soares, Renato Corte Real, Luis Carlos Miéle, Paulo Silvino e Sandra Bréa. O diretor participou da equipe de criação do “Fantástico”, em 1973, e foi um dos diretores do programa por três anos. Em 1981, dirigiu “Chico Anysio Show” e “Os Trapalhões” por dois anos.

Maurício assumiu o humorístico ‘Zorra Total’ – Foto: Divulgação

Nos 12 anos seguintes, desempenhou várias funções: foi diretor de núcleo do horário das 18h; diretor do musical “Globo de Ouro”; diretor artístico do “Fantástico”; diretor do departamento de Projetos Especiais; e diretor da área de controle de qualidade. De 1989 a 1991, esteve à frente de “Os Trapalhões”, programa apresentado por Renato Aragão, Dedé Santana, Mussum e Zacarias.

Em 1994, quando atuou como supervisor do “Video Show”, Maurício Sherman foi responsável pela transformação da atração em um programa diário. Em 1999, assumiu o humorístico “Zorra Total”. Em 2001, foi diretor do “Domingão do Faustão”.