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Viagens de avião terão grandes mudanças após coronavírus

Aviação sofrerá grandes mudanças após Covid-19 - Foto: Divulgação
Companhias de todo o mundo já começam a anunciar medidas de segurança mais rígidas

Assim como aconteceu logo após o 11 de setembro, o setor de aviação sofrerá grandes mudanças após a pandemia do coronavírus. Segundo o presidente da Latam Airlines, Jerome Cadier, em entrevista para o jornal Folha de São Paulo, as mudanças irão ocorrer conforme descobre-se mais sobre o coronavírus. “Ainda tem muito a aprender sobre o vírus e sobre como ele se propaga e como nos protegemos. Na medida em que for descoberto, faremos os ajustes no atendimento e na experiência de voo”, disse.

Jerome Cadier, presidente da Latam – Foto: Emerson Souza/Divulgação

Companhias aéreas de todo o mundo já começaram a anunciar medidas mais rígidas de segurança. Nos últimos dias, aliás, foi decidido que o uso de máscaras passará a ser obrigatório a bordo e durante o embarque. Nem todas as empresas oferecerão o item de proteção aos passageiros e, mesmo entre as que terão a máscara para distribuir, o estoque não deve ser suficiente para todos. Ou seja, o passageiro terá de levar sua própria máscara. De acordo com Cadier, o pacote de novas medidas inclui menor interação entre tripulação e passageiros, novas medidas de higienização dentro das aeronaves, alternância de balcões de check-in, espaçamento nas filas, entre outras.

Desinfecção de aeronave – Foto: Divulgação
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Ele evita evita fazer previsões sobre os preços, mas estima que o cenário pós pandemia terá excesso de capacidade e as companhias vão baixar o valor das passagens para tentar impedir que suas aeronaves fiquem paradas e, dessa forma, não lhes traga retorno. “Existe uma tendência de queda de preços para convidar os passageiros a voar. Além do receio de voar, tanto as empresas como os passageiros que viajam a turismo vão estar em uma situação com economias menores”, disse Jerome Cadier.

Além disso, o executivo falou sobre uma afirmação do presidente da companhia aérea de baixo custo Ryanair, Michael O’Leary, de que seria uma idiotice passar a voar com as poltronas do meio desocupadas para conter o contágio. Segundo Cadier, a ideia não é uma idiotice porque “muitas coisas que não imaginávamos serem possíveis há algumas semanas estamos vivendo hoje”. Mas ele avalia como uma decisão bombástica, porque um avião de 180 passageiros passaria a ter capacidade de 120 passageiros ou até metade, o que provocaria ineficiência no consumo de combustível e outros gastos.

A empresa italiana Aviointeriors projetou assentos que separam os passageiros por meio de divisórias – Foto: Divulgação
O objetivo é proteger os passageiros de tossidas ou espirros, mas não se sabe ainda se a configuração é viável – Foto: Divulgação

Aliás, na visão do executivo, o setor terá de cortar custos para atravessar a crise. Segundo ele, a redução poderia vir por diferentes caminhos, como aspectos tributários ou trabalhistas. Ainda assim, Cadier admite que, neste momento, é difícil discutir tais mudanças. Isso porque os estados brasileiros estão passando por muitas dificuldades devido a pandemia do coronavírus.

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