O presidente norte-americano Donald Trump já vinha sob intensa pressão pela sua reação à pandemia do coronavírus. Os Estados Unidos são de longe o país com mais casos (1,7 milhão) e mortes (103 mil). Agora, a pressão cresceu com suas respostas aos protestos contra violência policial que ajudaram a insuflar ainda mais as multidões.
A somatória de crises está impactando a popularidade de Trump, que concorrerá à reeleição em novembro contra o democrata Joe Biden — ele, por sua vez, sumido da opinião pública nos últimos 80 dias. Uma pesquisa divulgada neste domingo pela rede ABC News e pelo Washington Post revela que Biden tem uma vantagem de 10 pontos percentuais nas intenções de voto contra Trump.
Desde o início da pandemia do coronavírus, a desaprovação do governo Trump subiu 7 pontos, para 53%. Sua aprovação, por sua vez, caiu 3 pontos, para 45%. O percentual de americanos que desaprovam fortemente sua gestão da crise de saúde é de 43%, ante 28% que apoiam a gestão com convicção.
O aumento do número de casos tende a dificultar ainda mais a perspectiva eleitoral de Trump. Segundo a pesquisa ABC/WP, no 1/4 das regiões mais afetadas pela covid-19, Biden lidera por 72% a 24%, mas no 1/4 das regiões menos afetadas o presidente lidera por 60% a 38%.
A economia ainda é um trunfo de Trump — 52% aprovam sua gestão da economia, embora o número esteja 6 pontos atrás do fim do ano passado. Trump tem o desafio de manter essa boa imagem com o desemprego galopante — analistas afirmar que pode chegar a 20% nas próximas semanas.
Um desafio de Biden é sua dificuldade de entusiasmar o eleitorado. Sua vantagem para Trump cai para apenas cinco pontos entre os eleitores que estão certos de que votarão. Apenas 42% dos eleitores têm uma opinião favorável sobre Trump, mas apenas 46% o têm sobre Biden. Neste sentido, a possibilidade de a votação ser pelo correio em muitos estados, em decorrência da pandemia, embaralha ainda mais as projeções.
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