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Projeto #CUIDAR: musculação para idosos

Dorinha Wanderley, de 80 anos — Foto: Cortesia
Entenda como a adoção dos treinos de musculação melhora o rendimento físico dos idosos, devolvendo-lhes a independência

Daqui a 40 anos, o número de jovens no País deve cair, enquanto a população idosa terá um crescimento de 25,5%, segundo projeção do IBGE. O que representa 58,2 milhões de pessoas acima de 60 anos em todo o território brasileiro. Pernambuco também segue a mesma tendência nacional. Hoje, o Estado tem 8,6% de idosos, cerca de 820 mil pernambucanos nessa faixa etária. Em 2060, esse percentual deverá saltar 25%, o que significa 2,5 milhões de idosos. O levantamento mostra que o retrato da população ganhará uma nova moldura.

Diante dessa nova realidade, torna-se inexorável que exista uma política de prevenção e promoção da saúde para as pessoas que serão maioria nos próximos anos. Mas, enquanto ainda não a enxergamos por que não agirmos individualmente? Cuidar bem do corpo jovem se adequando a um estilo de vida mais ativo significa envelhecer saudável e, por que não, aparentando 10/15 anos mais novo? Mas, como os nossos atuais idosos estão se comportando?  O projeto #CUIDAR, da jornalista Karina Maux, mostra nas próximas linhas como a adoção dos treinos de musculação melhora o rendimento físico deles, devolvendo-lhes a independência.

Dorinha Wanderley na Oka Gym Recife, Tamarineira — Foto: Cortesia
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Nascida em Palmares, Zona da Mata Norte, Dorinha Wanderley, de 80 anos, treina na Oka Gym Recife, na Tamarineira. Disciplinada, frequenta a academia três vezes por semana, seguindo a orientação da sua equipe médica e também da coordenação da academia.

“Entrei na academia para acompanhar o meu marido que precisava conter o ganho de peso, pois estava tomando um medicamento que aumentava, sobretudo o seu volume abdominal”, explicou. “Pensei que só faria por um mês”. Esse mês, entretanto, já dura quase cinco anos. Dorinha e o marido, então, se renderam aos prazeres de uma vida saudável.

Dorinha e Antônio na academia — Foto: Cortesia
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E quem pensa que na quarentena o casal parou com os treinos está enganado. “Continuamos a fazer os exercícios três vezes por semana, através das orientações online da academia que sou aluna”, assegura. “A realização contínua dos exercícios ajudou a mim e a Antônio na manutenção do peso”, completa. Uma lição para nós, né?

Embora sejam muitos os benefícios que ela cita ao longo desses anos de academia, além do resultado positivo de não estar acima do peso, razão pela qual o casal se matriculou (não por estética, mas por saúde), um precisa ser destacado. Dorinha já fez duas cirurgias de ponte de safena, como é popularmente conhecida a intervenção de revascularização do miocárdio e, mesmo assim, vez por outra, precisava ir a alguma emergência cardiológica.

A partir do momento que regularizou os seus dias de treino nunca mais precisou frequentar uma sala de hospital por causa da cardiopatia. “Nesses quase cinco anos de academia não precisei mais ir a nenhuma emergência cardiológica por problemas no coração”, comemora.

Recentemente, Dorinha precisou fazer uma outra cirurgia, mas na lombar. “Voltei aos poucos a academia, recuperando-me totalmente”. “Normalmente tenho uma vida muito controlada não por dieta, mas por uma alimentação natural, além de fazer os exercícios físicos regularmente, que me deixa emocionalmente bem”, informa.

Amanda Rodrigues, coordenadora técnica da Oka Gym — Foto: Cortesia
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Sabendo que a expectativa de vida do brasileiro aumentou e que diante das projeções deve crescer ainda mais, a Academia Oka Gym desenvolveu um programa chamado Oka +60, pensando em melhor assistir essa população idosa. “O programa foi estruturado para ter uma excelência em atendimento, oferecendo um acompanhamento de até três idosos por professor. Desta forma, conseguimos que todos sejam bem supervisionados”, explica a profissional de Educação Física e coordenadora técnica da Oka, Amanda Rodrigues.

“Além disso, ao formar a equipe do Oka +60, tivemos bastante cuidado com o perfil do profissional a ser escolhido, pois esse público está ali não só para cuidar da sua saúde física com o apoio de professores bem capacitados tecnicamente, mas também para receber carinho e atenção”, completa.

Dorinha e Antônio — Foto: Cortesia
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A personagem central dessa matéria Dorinha Wanderley, de 80 anos, ressaltou todo esse cuidado e atenção recebido pela equipe. Por isso, segundo revelou, se sente motivada para continuar com a sua rotina de exercícios físicos na academia. “São todos muito atenciosos comigo e com Antônio, meu marido. Não nos deixam sós em um só minuto”, atesta Dorinha.

A professora Amanda foi quem recebeu Dorinha na academia pela primeira vez. “A conheço desde o primeiro dia em que ela colocou os pés na academia, se matriculando apenas por um mês para acompanhar o seu esposo. Seu intuito era o de ajudar Antônio a se familiarizar com o ambiente e com a prática. Mas eu sabia que ela também precisava, principalmente após realizar uma anamnese rotineira. À medida que respondiam às perguntas, fui percebendo que se tratavam de dois alunos de alto risco, e que para que eu pudesse realizar uma prescrição segura e adequada, precisava obter mais informações”, afirma.

“Ajudei-os a marcar uma consulta com a cardiologista Tereza Lins, especialista em medicina esportiva, e acompanhei tudo (avaliação clínica e teste de esforço)”, detalhou. “Só após isso, conhecendo melhor a condição física dos dois e tendo recebido a orientação de uma profissional da área médica, pude prescrever com mais segurança. Foi ali, vendo todo o cuidado que recebia, que Dorinha sentiu-se segura, se matriculando não só por um mês, mas sim por um ano”, festeja Amanda e acrescenta: “Hoje, ela é uma praticante assídua, disciplinada e apaixonada pela academia e por todos os benefícios conseguidos com a prática. Observamos uma melhora considerável em sua força muscular, equilíbrio, percentual de gordura e postura com os cinco anos de prática”.

“Saber que ela não mais frequenta uma emergência cardiológica após adotar esse estilo de vida saudável é gratificante demais. Sua alegria e vontade de viver com independência inspiram todos a sua volta”.

Dorinha e Antônio — Foto: Cortesia
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O casal está entre os mais de 80 alunos idosos da Oka. Espero que relatos como o de Dorinha e Antônio encoraje ainda mais outros idosos. Afinal, o ambiente da musculação não deve ser visto como um local de promoção da saúde apenas para jovens, muito pelo contrário, lá os idosos encontrarão uma possibilidade de vislumbrar um futuro com mais independência e vigor.

“Através do acompanhamento e prescrição de um profissional capacitado, podemos minimizar o processo de degradação natural que acontece com o envelhecimento, como por exemplo, a perda de massa óssea e muscular. Além de ser uma atividade extremamente segura, visto que podemos controlar carga, velocidade de execução, amplitude de movimento, e várias outras variáveis, tornando a prática muito acessível para esse público”, atesta.

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