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Grupo de milionários pede aumento dos impostos para super-ricos

Richard Curtis, Abigail Disney e Jerry Greenfield estão entre os 80 signatários da carta aberta — Foto: Reprodução/Montagem
80 milionários de várias partes do mundo escreveram uma carta aberta aos governos mundiais

Um grupo formado por 80 milionários de todo o mundo autodenominado “Millionaires for Humanity” (“Milionários pela Humanidade”, em tradução livre) publicaram, nesta segunda (13), uma carta aberta pedindo aos governos de seus países que aumentem os impostospara os super-ricos como eles, a fim de recuperar a economia mundial após as perdas provocadas pela pandemia do novo coronavírus.

Times Square, a mai lotada via de Nova York, completamente vazia por causa da pandemia — Foto: Kena Betancur/Getty Images
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Entre os signatários, estão a herdeira de Walt Disney Abigail Disney; o co-fundador da Ben & e Jerry’s Jerry Greenfield; e o roteirista de “Um Lugar Chamado Nothing Hill” Richard Curtis. Eles alegam que, apesar de não estarem na linha de frente da luta contra a Covid-19, suas fortunas desempenham um papel importante no combate à crise causada pela pandemia. Confira a carta na íntegra:

Aos nossos companheiros cidadãos globais:

À medida que a Covid-19 atinge o mundo, milionários como nós têm um papel crítico a desempenhar na cura de nosso mundo. Não, não somos nós que cuidamos dos doentes nas unidades de terapia intensiva. Não estamos dirigindo as ambulâncias que levarão os doentes aos hospitais. Não estamos reabastecendo as prateleiras dos supermercados ou entregando comida de porta em porta. Mas nós temos dinheiro, e muito. Dinheiro que é desesperadamente necessário agora e continuará sendo necessário nos próximos anos, à medida que nosso mundo se recuperar dessa crise.

Hoje, nós, milionários signatários, pedimos que nossos governos aumentem impostos sobre pessoas como nós. Imediatamente. Substancialmente. Permanentemente.

O impacto dessa crise vai durar décadas. Poderia levar meio bilhão a mais de pessoas à pobreza. Centenas de milhões de pessoas perderão seus empregos à medida que as empresas fecham, algumas permanentemente. Já existem quase um bilhão de crianças fora da escola, muitas sem acesso aos recursos necessários para continuar seu aprendizado. E, é claro, a ausência de leitos hospitalares, máscaras protetoras e ventiladores é um lembrete diário doloroso do investimento inadequado feito nos sistemas de saúde pública em todo o mundo.

Os problemas causados ​​e revelados pela Covid-19 não podem ser resolvidos com caridade, não importa a generosidade. Os líderes do governo devem assumir a responsabilidade de levantar os fundos de que precisamos e gastá-los de maneira justa. Podemos garantir que financiamos adequadamente nossos sistemas de saúde, escolas e segurança por meio de um aumento permanente de impostos sobre as pessoas mais ricas do planeta, pessoas como nós.

Temos uma dívida enorme com as pessoas que trabalham nas linhas de frente desta batalha global. A maioria dos trabalhadores essenciais é mal paga pelo fardo que carregam. Na vanguarda dessa luta estão nossos profissionais de saúde, 70% dos quais são mulheres. Elas enfrentam o vírus mortal todos os dias no trabalho, enquanto carregam a maior parte da responsabilidade pelo trabalho não remunerado em casa. Os riscos que essas pessoas corajosas adotam de bom grado todos os dias para cuidar de todos nós exigem que estabeleçamos um compromisso novo e real um com o outro e com o que realmente importa.

Nossa interconexão nunca foi tão clara. Devemos reequilibrar nosso mundo antes que seja tarde demais. Não haverá outra chance de fazer isso direito.

Ao contrário de dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo, não precisamos nos preocupar em perder nossos empregos, casas ou nossa capacidade de sustentar nossas famílias. Não estamos lutando nas linhas de frente desta emergência e temos muito menos chances de ser suas vítimas.

Então por favor. Taxe-nos. Taxe-nos. Taxe-nos. É a escolha certa. É a única escolha.

A humanidade é mais importante que o nosso dinheiro.

Os Signatários