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Acervo de Capiba será tombado pela Fundarpe

Artista foi um dos principais compositores de frevo pernambucano

O acervo do músico e compositor Capiba, um dos maiores nomes da arte pernambucana, será tombado pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). O material se encontra sob a guarda da viúva, Zezita Barbosa, na casa onde reside em Surubim.

O processo de tombamento foi iniciado por decisão preliminar do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural da instituição. E, até a sua conclusão, estão asseguradas ao acervo as mesas prerrogativas de bem efetivamente tombado. O edital de tombamento foi assinado pelo diretor-presidente da Fundarpe, Marcelo Canuto, no último dia 17.

O artista
Capiba é considerado um dos principais compositores de frevo – Foto: Acervo FUNDAJ.
Capiba e a mulher, Zezita Barbosa, em 1971 – Foto: Reprodução/UPI.

Lourenço da Fonseca Barbosa, conhecido como Capiba, nasceu em Surubim, Pernambuco, no dia 28 de outubro de 1904. Filho de um mestre de banda, Severino Athanásio de Souza Barbosa, e de Maria Digna da Fonseca Barbosa, viveu e respirou música desde a infância.

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Ainda pequeno, mudou-se com a família para o estado da Paraíba, onde fez seu cursou o ginasio no Liceu Parahybano. Aos 26 anos de idade, foi morar na capital pernambucana, onde ingressou na Faculdade de Direito do Recife. da Universidade do Recife. Formou-se em novembro de 1938, mas nunca exerceu a profissão.

Certificado da Faculdade de Direito do Recife – Foto: Arquivo FDR.

Sua carreira foi na música. Autor de mais de 200 canções, sendo mais de 100 frevos, é considerado o maior compositor do gênero genuinamente pernambucano. Entre as músicas mais famosas estão “Cala a boca menino”, “Madeira que cupim não rói” e “Oh! Bela”, repertório insubstituível nos Carnavais.

Mas o talento do artista se estendeu para além do frevo. Capiba compôs de samba à música erudita, passando por maracatus e valsas. Seu primeiro sucesso nacional foi a canção Maria Betânia, gravada por Nelson Gonçalves, em 1945. A canção, aliás, fez parte da peça Senhora de Engenho do escritor e historiador pernambucano Mario Sette.

Capiba ao lado de amigos como Claudionor Germano – Foto: Reprodução.
Claudionor Germano, no centro, ao lado de Capiba, é também compositor de frevo – Foto: Acervo de José Alves Batista.

O compositor também musicou as peças teatrais “Macambira”, de Joaquim Cardoso, e “A Pena e a Lei”, de Ariano Suassuna, entre outras. Além disso, musicou, por exemplo, poemas de Manuel Bandeira, Jorge de Lima, João Cabral de Melo Neto e Castro Alves. Foi também autor, ao lado de Vinicius de Moraes, do famoso Soneto de Fidelidade, escrito em 1955.

Capiba faleceu no Recife, no dia 31 de dezembro de 1997, aos 93 anos.