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Setembro Amarelo: Mês de prevenção ao suicídio

10 de setembro é o dia mundial de prevenção ao suicídio - Foto: Reprodução
A campanha ajuda a salvar a vida e provoca o debate sobre o suicídio - segunda principal causa de morte entre jovens com idades entre 15 e 29 anos.

A Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza nacionalmente, desde 2014, o Setembro Amarelo. A campanha foi criada com o intuito de informar as pessoas sobre o suicídio, uma prática normalmente motivada pela depressão. No entanto, mesmo com tantos casos notórios, crescentes a cada ano, ainda existe um tabu para falar sobre o problema.

Para o Setembro Amarelo, a melhor forma de se evitar um suicídio é através de diálogos e discussões que abordem o problema. São registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 01 milhão no mundo. Lamentavelmente, registra-se cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.  Aliás, de acordo com a OMS, o percentual da população mundial com depressão, antes do período da pandemia, era de 4,5% , enquanto que só no Brasil, a taxa sobe para 6%. “Com o5 agravante da COVID19, o isolamento social e o temor das pessoas em serem contaminadas, certamente houve um aumento de casos no Brasil e no mundo”, afirma o psiquiatra Evaldo Melo:“A depressão é a dor que não sangra. Portanto, é difícil de ser compreendida pelo outro”, complementa.

No decorrer de todo o mês de setembro, ações são realizadas a fim de sensibilizar a população e os profissionais da área para os sintomas desse problema e para a saúde mental. Acredita-se que abertura ao diálogo e a compreensão das razões que levam alguém a ceifar a própria vida podem reverter esse quadro

Segundo dados da OMS (Organização Mundial de saúde), cerca de 800 mil pessoas já tiraram suas vidas no mundo, com um número maior de mortes em países de média e baixa renda (79%). Os grupos de maior risco, aliás, são pessoas tomadas por depressão e alcoolismo, que passam por crises profundas diante de situações estressantes da vida (como desemprego, perdas financeiras e de entes queridos, término de relacionamento, abusos, além de doenças e dores crônicas). A faixa etária predominante é de jovens entre 15 a 29 anos, no entanto, tem aumentado o número de casos de idosos acima de 65 anos.

É fato que a discussão sobre o tema pode abrir novas perspectivas e até alertar a outra pessoa para tomar medidas mais drásticas para solucionar a situação. Por isso a importância que a sociedade como um todo, família, amigos, escola e grupos de trabalho, esteja atenta aos menores sinais, disposta e preparada para discutir o assunto e encaminhar a pessoa para um tratamento que trará um novo olhar sobre a vida e a vontade de prosseguir.

Portanto, é crucial que se encare o suicídio como uma questão de saúde pública, e não como uma espécie de fraqueza de conduta ou personalidade. A grande maioria das mortes por suicídios podem ser evitadas e o diálogo sobre o assunto é o melhor jeito de fazer isso. “É necessário que possamos conversar sobre o tema para diminuir a estigmatização na sociedade e poder acolher as pessoas que estão em sofrimento. Neste ponto, é importante que profissionais da saúde mental também estejam envolvidos no cuidado dessa pessoa”, explica o psiquiatra André Ayalla.

Confira a live do psiquiatra Evaldo Melo com Roberta Jungmann sobre o assunto: