A revista científica The Lancet, umas das mais importantes do mundo, publicou nesta sexta-feira (4) resultados positivos dos testes clínicos da vacina russa Sputnik V. Os resultados preliminares publicados na revista mostram que as injeções geram uma reação imunológica similar à observada nas pessoas que superaram a covid-19, sem gerar efeitos adversos graves, além de febre e dor de cabeça. Os ensaios russos foram feitos no hospital militar Burdenko e em um centro da Universidade Sechenov, ambos em Moscou.
LEIA MAIS
Abertura do verão em Jaboatão dos Guararapes terá lazer na orla
O medicamento consiste em adenovírus do resfriado humano modificados geneticamente para incluir as instruções que levam as células da pessoa vacinada a fabricarem sozinhas uma parte do coronavírus. O corpo humano treina suas defesas com essas proteínas alheias e em princípio inofensivas. É uma estratégia similar à empregada na vacina experimental da empresa chinesa CanSino Biologics e também na da companhia norte-americana Johnson & Johnson.
Apesar disto, os testes clínicos, realizados com 76 adultos menores de 60 anos e em sua maioria homens jovens, não são suficientes para afirmar que a vacina será capaz de proteger contra a covid-19. Em entrevista a CNN, o editor-chefe da revista médica, Richard Horton, afirmou que é prematuro afirmar que a vacina possa já estar pronta para uso. “Não podemos dizer que temos uma vacina pronta para ser utilizada em larga escala. O que podemos dizer sobre a vacina russa é que os resultados são encorajadores. Mas seria prematuro acreditar que isso embasa uma vacina bem-sucedida para uso público”, alegou.
Para saber se a vacina experimental russa é realmente segura e eficaz será preciso esperar os resultados de um ensaio já em andamento com 40.000 voluntários de diferentes idades e grupos de risco.
Adicionar comentário