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Covid-19: manifesto de cientistas pede que jovens voltem às ruas

Foto: Reprodução/Skynews
Professores de renomadas instituições sugerem que pessoas menos vulneráveis retomem vida normal para ajudar a construir imunidade de rebanho

Mais de 6.400 cientistas e médicos assinaram uma carta aberta pedindo que os governos do Reino Unido e dos Estados Unidos estimulem a imunidade de rebanho com estratégia chamada de “proteção forçada”. A ideia é resguardar idosos e doentes e permitir a circulação de jovens acima de 18 anos para espalhar o novo coronavírus e elevar a imunidade na população. De acordo com eles, a volta deste grupo às ruas vai acelerar a construção de uma barreira coletiva ao vírus e isso beneficiaria aqueles que estão em maior risco.

Cientistas sugerem que pessoas menos vulneráveis retomem vida normal para ajudar a construir imunidade de rebanho
Cientistas sugerem que pessoas menos vulneráveis retomem vida normal para ajudar a construir imunidade de rebanho – Foto: Europa Press News

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O texto foi coordenado por professores de medicina da Universidade Harvard (EUA), Martin Kulldorff, e Stanford (EUA), Jay Bhattacharya, e pela epidemiologista da Universidade Oxford (Reino Unido), Sunetra Gupta. Segundo os signatários, as políticas de confinamento adotadas para evitar o contágio estão produzindo “efeitos devastadores” na saúde pública. Entre os exemplos citados estão os baixos índices de vacinação infantil, a redução dos exames oncológicos, o agravamento dos prognósticos das doenças cardiovasculares e a deterioração da saúde mental.

“Sabemos que todas as populações acabarão por atingir a imunidade de rebanho e que isso pode ser assistido por (mas não depende de) uma vacina. Nosso objetivo deve ser, portanto, minimizar a mortalidade e os danos sociais até atingirmos a imunidade coletiva. Os jovens adultos de baixo risco devem trabalhar normalmente, e não em casa. Restaurantes e lojas devem ficar abertos. Artes, música, jogos e outras atividades públicas devem ser retomadas”, escrevem.

Contudo, a Organização Mundial de Saúde vem defendendo justamente o contrário. Os representantes da agência internacional têm reforçado que o não cumprimento do isolamento social pelos jovens está associado à segunda onda de Covid-19 na Europa. A carta também não menciona as complicações de longo prazo provocadas pela Covid-19.