Muitas personalidades vieram a público nesta sexta-feira (20) pedir justiça pela morte de João Alberto Silveira Freitas, homem negro de 40 anos assassinado na noite desta quinta-feira (19) por dois seguranças de uma unidade da rede Carrefour, em Porto Alegre.
Um deles foi o músico Thiaguinho. Em seu perfil no Twitter, o cantor revelou que estava preparando um texto sobre conscientização, em alusão ao Dia da Consciência Negra celebrado nesta sexta, quando recebeu o vídeo que mostrava as cenas do crime.
“Eu tava escrevendo um texto de conscientização… Mas aí chega um vídeo pra mim… E de novo, o sentimento que vem é o de REVOLTA! Não tem como ter outro sentimento no peito nesse momento…”, escreveu. E continuou: “Parem de nos MATAR! Parem de matar nossos pais, mães, filhos e irmãos… Pelo amor de Deus!!!! Eu não aguento mais tomar porrada até morrer…”.
Eu tava escrevendo um texto de conscientização… Mas aí chega um vídeo pra mim… E de novo, o sentimento que vem é o de REVOLTA! Não tem como ter outro sentimento no peito nesse momento…
— THiaguinho (@thiaguinhocomth) November 20, 2020
A jornalista Maíra Azevedo, conhecida como Tia Má, também falou sobre a dificuldade em saber da notícia justamente no Dia da Consciência Negra. “A crueldade de começar o 20 de novembro sabendo que um homem negro foi assassinado dentro de um supermercado”, disse. E acrescentou: “Aquilo que chamam de mimimi é de fato nosso choro sobre nossos corpos! Nos matam e depois ainda desqualificam nossas dores!”.
A crueldade de começar o #20denovembro sabendo que um homem negro foi assassinado dentro de um supermercado
— Maíra Azevedo (@tiamaoficial) November 20, 2020
A cantora Ludmilla também questionou a falta de segurança para a população negra. “Queria poder dizer q é uma grande ironia um preto ser espancado até a morte bem às vésperas do dia da consciência negra, mas não. Até quando vamos ter que lutar pra sobreviver como se não fosse um direito, apesar de todos os nossos deveres? Não há o que celebrar”, escreveu.
Queria poder dizer q é uma grande ironia um preto ser espancado até a morte bem às vésperas do dia da consciência negra, mas não. Até quando vamos ter que lutar pra sobreviver como se não fosse um direito, apesar de todos os nossos deveres? Não há o que celebrar. #justicaporbeto
— Ludmilla 👑 (@Ludmilla) November 20, 2020
O ator Bruno Gagliasso pediu que as pessoas brancas se envolvam na luta antirracistas. “Amigos brancos, dediquem uma parte da sua vida a aprender e assim ajudar a transformar a realidade do povo negro. Essas vidas importam e eles estão morrendo!”, disse, ao compartilhar um vídeo com os altos índices de mortalidade entre pessoas negras.
#VidasNegrasImportam #VidasNegras #VidasPretasImportam
Amigos brancos, dediquem uma parte da sua vida a aprender e assim ajudar a transformar a realidade do povo negro. Essas vidas importam e eles estão morrendo! pic.twitter.com/8079KRzwHc
— Bruno Gagliasso – Pai de 3 (@brunogagliasso) November 20, 2020
O mesmo vídeo, aliás, também foi compartilhado pela atriz Leandra Leal. Hoje, no Dia da Consciência Negra, acordamos com a notícia de que João Alberto Silveira Freitas foi agredido até a morte no Carrefour! O racismo existe, oprime e mata!!! Até quando??”, questionou.
Hoje, no Dia da Consciência Negra, acordamos com a notícia de que João Alberto Silveira Freitas foi agredido até a morte no Carrefour!
O racismo existe, oprime e mata!!! Até quando?? pic.twitter.com/shZKNCfZ4i
— Leandra Leal 🇧🇷🏴 (@leandraleal) November 20, 2020
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes destacou a necessidade de combater o racismo estrutural. “Na véspera do Dia da Consciência Negra, marcado pelo preconceito racial, o bárbaro homicídio praticado no Carrefour escancara a obrigação de sermos implacáveis no combate ao racismo estrutural, uma das piores chagas da sociedade. Minha solidariedade à família de João Alberto”, disse.
Na véspera do Dia da Consciência Negra, marcado pelo preconceito racial, o bárbaro homicídio praticado no Carrefour escancara a obrigação de sermos implacáveis no combate ao racismo estrutural, uma das piores chagas da sociedade. Minha solidariedade à família de João Alberto.
— Alexandre de Moraes (@alexandre) November 20, 2020
Veja mais relatos abaixo:
Reportagens ainda falando que o assassinato de João ocorreu numa “loja de uma rede internacional de supermercados”. Foi no Carrefour. Assim como Brumadinho não foi numa barragem qualquer, mas numa da Vale.
— Vera Magalhães (@veramagalhaes) November 20, 2020
A palavra covardia é pouco, quase nada diz diante da história, é uma vida. Não há mercado nem super q justifique uma homem morto covardemente
— xico sá (@xicosa) November 20, 2020
Nós, brancos, não podemos fechar os olhos e fingir que não temos nada com isso. É hora de exigir que medidas drásticas sejam tomadas! Os envolvidos na morte de João Alberto, inclusive o Carrefour, precisam ser responsabilizados e o motivo do crime não pode ser escondido: RACISMO! pic.twitter.com/00vAh35bm4
— Patricia Pillar (@patriciapillar) November 20, 2020
Reparem que em TODOS OS COMENTÁRIOS de gente que está isentando o Carrefour de responsabilidade, há uma coisa em comum – São BRANCOS!
— Ticosantacruz 🇧🇷❤️🤘🏻 (@Ticostacruz) November 20, 2020
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