Acontece

“Poesia pra mim é salvação”, diz Cida Pedrosa, vencedora do Jabuti

Cida Pedrosa - FOTO ANDREA REGO BARROS/DIVULGAÇÃO
Escritora pernambucana venceu a principal categoria do Prêmio Jabuti.

Os amantes da literatura pernambucana amanheceram em festa. Isso porque a escritora Cida Pedrosa tornou-se a primeira mulher do estado a conquistar o prêmio de Livro do Ano, principal categoria do Prêmio Jabuti, o mais importante da literatura nacional.

Natural de Bodocó, no interior de Pernambuco, Cida levou o prêmio pelo seu  “Solo para Vialejo”, que também venceu a categoria Poesia. Aliás, quem também estava na disputa era a também poeta pernambucana Bell Puã.

Em entrevista ao site Roberta Jungmann, Cida, inclusive, fez questão de ressaltar a presença de Bell na mesma categoria e, ainda, que o prêmio é um reconhecimento para todo o estado. “Pernambuco é terra de poetas. E esse prêmio não é só meu, esse prêmio é nosso. É o prêmio da poesia pernambucana”, disse.

O sentimento reflete o caráter também simbólico de o livro do ano sair de um livro de poesias. “Ser com um livro de poesia é ainda mais especial, já que a gente costuma ver mais os livros de romance ganharem o prêmio de Livro do Ano”, comenta a autora.

A emoção e o orgulho, é claro, estão presentes na fala da escritora: “É uma honra muito grande. Eu escrevo desde novinha e estou me sentindo uma menina. ‘Solo para Vialejo’ é um livro que vai do mar para o sertão, em que eu estou em busca de mim”.

E é sobre esse sentido de procura a mensagem que ela quer deixar para os leitores da obra. “Eu espero que eles se percam e se achem no meu livro”, diz.

Com o prêmio, aliás, ela acredita que mais escritores pernambucanos se sentirão inspirados em dar vida a suas obras: “Quando um escritor ganha um prêmio, ele incentiva que mais escritores se dediquem à literatura. E Pernambuco é terra de poesia”.

Cida concorda, também, que a poesia faz refletir e emocionar. E que, além disso, ao mesmo tempo em que mexe com as feridas, ela também cura. “Para mim, em primeiro lugar, a poesia tem função social. E escrever poesia para mim é salvação. Um poema é capaz de mudar uma vida”, afirma.

E é a este gênero literário que ela pretende continuar se dedicando: “Há mais de 20 anos que eu me dedico ao livro. E sempre foi poesia”.