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Cresce número de pessoas que não querem se vacinar contra Covid-19

Vacina coronavírus - Foto: Divulgação
Pesquisa Datafolha mostra que 22% dos brasileiros não pretendem se imunizar

Mesmo com a vacina contra a Covid-19 no horizonte, já em aplicação no Reino Unido, recém-autorizada nos Estados Unidos e com data para começar no Brasil (caso os testes se mostrem seguros), cresceu a parcela da população brasileira que não pretende se imunizar contra o coronavírus. Os números, aliás, foram apontados pela pesquisa Datafolha.

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Margaret Keenan foi a primeira pessoa vacinada no Reino Unido – Foto: Jacob King/AFP
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Ao todo, 22% dos 2.016 entrevistados disseram que não pretendem se vacinar, enquanto 73% disseram que vão participar da imunização. Mas na pesquisa nacional feita em agosto, apenas 9% não pretendiam se vacinar, contra 89% que diziam que sim. Além disso, cerca de metades dos entrevistados afirmaram não confiar na CoronaVac, imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

Coronavac – Foto: Divulgação

Mas como nenhuma vacina tem 100% de eficácia, ou seja, como o fato de se vacinar não significa que alguém esteja totalmente imune à doença, é necessário que uma parcela expressiva da população receba o fármaco para evitar a disseminação do vírus, explica o epidemiologista Paulo Lotufo, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Isso significa que, mesmo que uma vacina não funcione para um indivíduo, ele pode não ser infectado se as pessoas ao seu redor estiverem protegidas. Além disso, há uma parcela da população que não pode ser vacinada. No caso das vacinas contra a Covid-19, isso diria respeito por exemplo às grávidas, que não participaram dos estudos de imunizantes. Estas dependem da imunização das pessoas ao redor, a chamada imunidade de rebanho, que só se consegue atingir com a vacinação em massa, afirma Lotufo.