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“Estamos entrando em colapso”, afirma secretário de Saúde de SC

Florianópolis - Foto: Alfabilesantana/Wikimedia Commons
o secretário estadual de Saúde de Santa Catarina, André Motta Ribeiro, pede "medidas emergenciais" para "diminuir significativamente a circulação das pessoas" em razão do agravamento da epidemia no estado

O secretário da Saúde de Santa Catarina, André Motta, admitiu que o estado está enfrentando um colapso na saúde por causa do coronavírus. Na quarta-feira (24), os hospitais atingiram a maior taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) geral e Covid-19 do Sistema Único de Saúde (SUS) em toda a pandemia: 91,18%.

No início da tarde desta quinta (25), 83 pacientes aguardavam por leitos de UTI, segundo dados internos da Secretaria de Estado da Saúde (SES), ao qual o site G1 teve acesso.

O secretário de saúde enviou mensagem aos prefeitos de todo o estado solicitando”medidas emergenciais” para “diminuir significativamente a circulação das pessoas” em razão do agravamento da epidemia de coronavírus no estado

“Preciso informar a todos que a situação da pandemia deteriorou no estado todo e, a exemplo do que acontece nas regiões mais a oeste, estamos entrando em colapso!”, afirmou André.

Santa Catarina no Carnaval – Foto- Luiz Carlos Souza

“Todos os esforços de estado e municípios, até então, são insuficientes em face à brutalidade da doença”, continua o secretário ao pedir a manutenção “apenas de serviços essenciais” e que “convoquem toda a força de trabalho da Saúde para o enfrentamento” do coronavírus. “Estamos mobilizados para fazer todo o possível para diminuir sofrimentos impostos às pessoas, mas a força e gravidade deste momento estão suplantando o resultado das nossas ações”

Na quarta (24) o governo catarinense publicou um decreto em que estende o estado de calamidade pública no estado até o dia 30 de junho de 2021. Na ocasião, o governo anunciou que “os municípios do estado poderão estabelecer medidas específicas de enfrentamento mais restritivas do que as previstas no decreto, a fim de conter a contaminação em seus territórios”. Entre as novas medidas, está a proibição, por 15 dias, das atividades em casas noturnas e casas de espetáculos e a limitação da venda e consumo de bebidas alcoólicas em postos de combustíveis e lojas de conveniência entre a 0h e as 6h.

Rio Gran do Sul também está em colapso – Foto: O GLOBO/DIEGO VARA / REUTERS

A decisão também reduz o limite de funcionamento para 25% de ocupação em parques temáticos, zoológicos, cinemas, teatros, circos, museus e templos religiosos. As aulas presenciais na rede pública foram mantidas, enquanto o transporte coletivo municipal, intermunicipal e interestadual terão limite de ocupação de 50% de passageiros sentados.

Em tempo, a secretária da Saúde do Rio Grande do Sul, Arita Bergmann, também alertou, nesta quinta (25), para o risco de esgotamento da capacidade do sistema de saúde do estado no combate ao coronavírus. A titular da pasta afirmou enxergar “o pico do Everest”, em menção à situação da pandemia no RS.