A ginasta americana Simone Biles, 24, testemunhou na quarta (15) no Comitê Judiciário do Senado dos EUA sobre os casos de abusos sexuais cometidos por Larry Nassar, ex-médico da Federação Americana de Ginástica. A atleta responsabilizou o FBI e as entidades que gerenciam sua modalidade no país por não impedirem o autor da violência diante dos primeiros relatos das vítimas.
Em 2018, Nassar foi condenado à prisão perpétua por molestar mais de 100 mulheres —um advogado que cuida de várias vítimas afirma que esse número pode ser superior a 120. De acordo com o jornal The Washington Post, Biles chorou durante o depoimento e chegou a tremer. Nos Jogos Olímpicos do Japão, a americana desistiu de participar de algumas disputas alegando questões psicológicas.
“Não quero que outro jovem ginasta, atleta olímpico ou qualquer indivíduo experimente o horror que eu e centenas sofremos antes, durante e até hoje, causado pelo abuso de Larry Nassar”, disse Biles.
“A USA Gymnastics e o Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos (USOPC) sabiam que fui abusada por seu médico oficial muito antes de eu saber do conhecimento deles. Sofremos e continuamos sofrendo, porque ninguém no FBI, USAG ou USOPC fez o que era necessário para nos proteger”, continuou a atleta. “Eu culpo Larry Nassar e também culpo todo um sistema que permitiu e perpetrou seu abuso.”
Outras três companheiras da ginasta, que também denunciaram abusos cometidos por Nassar, deram os seus depoimentos. McKayla Maroney, Maggie Nichols e Aly Raisman.
Em determinado momento, o diretor do FBI, Chris Wray, pediu a palavra para se desculpar e assumir o erro por parte da instituição que comanda.
“Lamento especialmente que pessoas do FBI que tiveram oportunidade de parar esse monstro em 2015 e falharam, e isso é imperdoável. Nunca deveria ter acontecido, e estamos fazendo tudo ao nosso alcance para que isso nunca aconteça novamente”, afirmou Wray.
As informações são da Folha de S. Paulo.
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