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Brasil se livra do pior da cepa Delta e vê pandemia desacelerar

Foto: Sebastião Moreira/EFE
País teve uma redução de 80% das mortes nos últimos meses

Após um início trágico, acumulando quase 600 mil mortes desde o início da pandemia, a Covid-19 vem perdendo força no Brasil. Com o surto da variante P.1 – que possibilitou que grande parte da população adquirisse uma imunidade temporária – e o avanço da vacinação, o país conseguiu frear os impactos da variante Delta em terras tupiniquins. Atualmente, o país vive uma desaceleração no número de casos e uma redução de 80% nos óbitos.

Longe do auge da pandemia, o país não figura sequer entre os cinco lugares no mundo com mais casos diários de Covid-19, com mais de 70% da população vacinada com ao menos uma dose e quase 45% totalmente imunizada.

Mesmo que tenha se tornado a variante com maior circulação no país, a Delta não desenvolveu uma nova onda de infecções no Brasil. Em maio, quando chegou, a cepa se deparou com uma população mais imune ao vírus, justamente por causa do surto da variante P.1. Neste mesmo período, a campanha de vacinação ganhou força.

“Talvez seja um pequeno efeito positivo dentro de uma tragédia. Como a Gama tinha circulado muito, muita gente tinha a imunidade temporária, que até o terceiro mês fornece uma grande proteção, e a gente também já estava com um bom percentual da população vacinada, portanto uma imunidade híbrida”, disse Alexandre Naime Barbosa, chefe da infectologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia.

No pior momento da crise, o Brasil chegou a registrar 3 mil mortes diárias, em abril, mesma época em que atingiu o recorde de 4,2 mil mortes em um único dia. O surto da variante Gama resultou em cerca de 350 mil dos quase 600 mil óbitos totais desde o início da pandemia.

Hoje, o Brasil tem uma média móvel de 500 mortes diárias, totalizando 599.359 óbitos até esta quarta-feira (6). Caso atinja a marca de 600 mil mortes ainda hoje, o país terá levado 109 dias para acumular 100 mil mortes, período duas vezes maior que o levado para atingir os últimos 100 mil e três vezes maior do que entre 300 mil e 400 mil.

O número de testes positivos para a Covid-19 também caiu. O pico em 2021 registrou 36% de taxa de positividade, hoje esse percentual reduziu para 14%. Enquanto em junho, quase 75 mil casos diários eram registrados, hoje a média é de cerca de 18 mil.

Com informações do UOL.