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Papa diz que continuará sendo “praga” em defesa dos pobres

Papa Francisco - Foto: Reprodução/Instagram
Francisco também pede para que empresas farmacêuticas liberem patentes de vacinas contra Covid-19 mais acessíveis

O Papa Francisco afirmou, no sábado (16), que reconhece que algumas pessoas, incluindo dentro da Igreja, o consideram uma “praga” por defender os pobres e mais vulneráveis. Ainda assim, ele afirmou que isso não o impedirá de fazê-lo, porque faz parte do cristianismo.

“Pensando nessas situações (de exclusão e desigualdade), eu me torno uma praga com as minhas questões. E continuo questionando. E questiono todos, em nome de Deus”, disse Francisco, o primeiro papa latino-americano.

Papa Francisco – Foto: Tiziana Fabi/AFP

Além disso, o pontífice pediu que empresas farmacêuticas liberem patentes para tornar as vacinas contra Covid-19 mais disponíveis aos pobres. Ele, aliás, citou que apenas 3% a 4% da população em alguns países foi vacinada. Francisco, de 84 anos, falou por ligação de vídeo com o Encontro Mundial de Movimentos Populares. O evento reuniu organizações de base e movimentos sociais contra a desigualdade no trabalho, posse de terras e outras questões sociais no mundo em desenvolvimento.

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Durante o encontro virtual, o Papa também pediu que indústrias, como as de mineração e madeira, “parem de destruir florestas, terras úmidas e montanhas, parem de poluir rios e mares e parem de envenenar alimentos e pessoas”. Ele, aliás, afirmou que países ricos e instituições financeiras deveriam cancelar a dívida das nações mais pobres e que fabricantes de armas deveriam parar de contribuir “para horríveis jogos geopolíticos que custam milhões de vidas e deslocamentos”.

Além disso, o Papa mostrou que também está atento às discussões do mundo virtual. Francisco defendeu que gigantes da tecnologia parassem de permitir discursos de ódio, notícias falsas, teorias da conspiração e manipulação política.

Papa Francisco com fiéis no Vaticano – Foto: EFE/EPA/Vatican Media

Ele também criticou a exploração humana de algumas empresas. “O sistema, implacável na lógica do lucro, está escapando do controle humano. É hora de desacelerar a locomotiva, uma locomotiva desgovernada que está se arremessando em direção ao abismo. Ainda há tempo”, afirmou Francisco. “E, portanto, eu continuo importunando”, completou.

Ele, aliás, se referiu às críticas que recebeu no passado, quando fez apelos similares. “Fico triste que alguns membros da Igreja se incomodem quando mencionamos essas orientações que pertencem à tradição completa da Igreja”, disse, se referindo a um compêndio de ensino social católico emitido pelo papa João Paulo II em 2004. “O papa não pode parar de mencionar esse ensinamento, mesmo se muitas vezes incomodar as pessoas, porque o que está em jogo não é o papa, mas o Evangelho”, finalizou.

Com informações da CNN Brasil