Um dos esportistas mais bem sucedidos de todos os tempos, Lewis Hamiltou chegou ao Brasil quarta-feira (10) para o GP de São Paulo. Após 13 anos, o piloto retorna ao nosso país, que já lhe rendeu um título – dos sete que tem – da Fórmula 1. De forma online, ele concedeu entrevista a um grupo de jornalistas, onde tratou de diversos assuntos, inclusive moda e pautas sociais.
Promovido pela Petronas, novo combustível da Mercedes para a F1, o encontro entre o piloto e os jornalistas começou tratando da importância da sustentabilidade e cuidado com o meio ambiente. Conhecido por sua defesa de pautas importantes, Lewis Hamilton foi direto em seu posicionamento. “Sustentabilidade é a prioridade de todos hoje em dia. Nós vemos os problemas que o planeta tem enfrentado e estamos nos direcionando a um estilo de vida mais verde, então eu acho fantástico ver esse tipo de tecnologia avançando e estamos vendo muito progresso na Fórmula 1, com tecnologias mais limpas e eficientes”, disse o piloto britânico.
Claro que perguntas sobre o atual campeonato iriam surgir. Esse, aliás, é apontado como um dos mais equilibrados. A temporada chega a ser comparada às disputas entre Ayrton Senna e Alain Prost, nos aos 80. Quando questionado sobre sua empolgação com o campeonato, Lewis afirmou que, apesar de tudo, todas as corridas são empolgantes. “Há sempre algo diferente, você está em um momento diferente da sua vida quando você entra em um campeonato”, afirmou. Ainda assim, ele ressaltou o sentimento diferente desta temporada, em decorrência da pandemia de Covid-19. “Nos últimos dois anos estamos enfrentando essa pandemia, então existem uma série de pressões dentro do carro, fora do carro…estamos trabalhando ao máximo para realizar nossas metas”.
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Além disso, Hamilton não poderia deixar de falar do Brasil, palco de sua próxima corrida. Na última vez que pilotou em São Paulo, ele tinha 23 anos (2008) e admite que, apesar do tempo, não sente uma pressão maior em estar aqui. Aliás, o britânico foi só elogios ao nosso país. “Eu cresci jogando jogos de futebol no computador, e eu sempre escolhia a seleção brasileira, porque adorava aquela cor amarela, era parecida com a cor do meu capacete de corrida, e também o Ayrton, mas eu nunca tive um contato mais próximo e pessoal com o Brasil. Então quando eu cheguei aqui, me lembro que fiquei muito emocionado e, todo ano que eu volto, vejo esse carinho dos fãs, eu entendo mais sobre a beleza do país”, começou.
“Tenho um carinho muito grande pelo país! É como se fosse meu lar e é um lugar que quero passar mais tempo inclusive. Eu quero voltar para o natal, que já fui convidado algumas vezes, e tem partes lindas do Brasil que ainda tenho que conhecer. Eu preciso pegar um tempo para isso!”, afirmou. O piloto, aliás, é amigo de Neymar e admitiu que pretende assistir o jogo da seleção na noite desta quinta-feira (11).
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Além disso, o britânico tem chamado atenção em diferentes mercados da sociedade por seus posicionamentos fora das pitas. Hamilton é famosos por sua luta por inclusão de minorias, não só no automobilismo. Além disso, o piloto busca sempre transformar o ambiente da F1 em algo mais respeitoso, ou, como ele diz, que reflita a cara do mundo. “Um dos meus grandes focos esse ano, além de trabalhar com a minha equipe, é trabalhar com o pessoal do esporte, com o pessoal do setor, para que a gente se responsabilize pelo esporte. Precisamos que o automobilismo seja mais diverso, que reflita melhor o mundo como um todo. A gente tenta fazer com que nosso esporte seja mais inclusivo, reflita a cara do planeta”, contou aos jornalistas.
Aliás, sua fundação, a Mission 44, que tem como objetivo criar igualdade e dar a jovens de minorias oportunidade de crescer em diferentes áreas, é seu maior orgulho. “Qualquer jovem do planeta merece o mesmo direito de obter uma ótima educação”, afirmou. Aliás, segundo Lewis, é uma honra representar as pessoas negras e ser símbolos dessa luta por inclusão.
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O esportista também foi questionado sobre sua relação com a moda. Recentemente, Lewis se destacou no MET Gala, não só por seu look, mas por sua atitude. Na ocasião, ele comprou uma mesa para que jovens designers negros pudessem aproveitar o evento ao seu lado. “Honestamente, eu sempre gostei de moda, desde criança. Sempre gostei de música e como alguns artistas também se destacam no mundo na moda. Eu me lembro da sensação de sentir que você nunca se encaixa, porque eu gostava de me vestir de uma forma diferente das pessoas que estavam ao meu redor”, começou.
“Quando entrei na F1, meio que me conformei em ter que seguir certos padrões de imagem, mas quando fui ao meu primeiro evento de moda e vi aquela diversidade, senti que ali era meu lugar, que eu pertencia àquele lugar. O MET Gala foi um evento muito importante porque tive o privilégio de participar e, como dessa vez tratava-se da história americana, eu queria dar oportunidade, um assento na minha mesa, para pessoas que nunca tiveram a oportunidade de ir a um evento como esse, para dar um destaque à elas e a chance de começarem uma carreira fantástica. Me sinto orgulhoso de ter feito parte disso”, finalizou Lewis Hamilton.
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