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Dona da Ellus e Richards vai pedir recuperação judicial

O grupo de moda que concentra marcas como Ellus, Richards, Salinas, VR e Alexandre Herchcovitch – está preparando um pedido de recuperação judicial na esteira do fechamento de suas lojas por causa da pandemia do novo coronavírus. As informações são do Estadão, que apurou com três fontes próximas ao assunto.

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A companhia já contratou um escritório de advocacia para a operação. Trata-se de mais uma empresa do varejo que busca alternativas para conter as dívidas em meio ao cenário de crise. A Restoque – empresa com a qual a InBrands chegou a negociar uma fusão há alguns anos – fechou um processo de recuperação extrajudicial para renegociar suas dívidas.

Com dívidas de R$ 500 milhões no fim de 2019, segundo seu balanço, a InBrands voltou para as mãos do empresário Nelson Alvarenga, fundador da Ellus, desde 2017. Antes disso, durante quase uma década, a InBrands ficou nas mãos do fundo de private equity (que compra participações em empresas) Vinci Partners, de Gilberto Sayão.

Segundo o especialista em recuperações de negócios em crise Douglas Duek, da Quist Investimentos, segmentos como varejo, turismo e concessionárias de veículos, que vão demorar mais para se recuperar da paralisação do consumo por causa da pandemia, devem liderar a busca por renegociações administrativas ou judiciais.

“Tenho visto o total de consultas neste momento se multiplicar por três”, diz Duek. “Acredito que, entre agosto e setembro, vamos ver esse movimento se transformar em uma onda de recuperações judiciais. As empresas vão precisar de tempo para reorganizar suas operações.”

Procurada pelo Estadão, a assessoria de comunicação da InBrands negou a intenção de entrar em recuperação judicial.

Duplo problema

Além de precisar renegociar débitos com bancos e fornecedores, a InBrands vive outro dilema. Ao desfazer o casamento com a Vinci, o atual dono do negócio concordou em fazer um pagamento pelo negócio – a dívida seria de cerca de R$ 200 milhões, disseram as fontes, e venceria em 2021.

Ao entrar em recuperação judicial, a InBrands vai tentar alongar dívidas com bancos e também incluir o pagamento que teria de ser feito à Vinci no processo. Ainda de acordo com o Estadão, no entanto, o contrato com a gestora envolveria um pagamento a ser feito por Alvarenga na pessoa física, e não pela dona da Ellus.

A InBrands reportou lucro de R$ 25,6 milhões no ano passado, ante prejuízo de valor semelhante em 2018. Ao longo de 2019, a InBrands passou por um período de reorganização de suas operações, com fechamento de unidades deficitárias e cortes de custos. A companhia também reduziu sua produção e, em seu balanço, diz ter conseguido vender estoques sem fazer liquidação.

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