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Governo do Líbano sabia do risco de explosão, afirma rede de TV

Governo do Líbano sabia do risco de explosão, afirma rede de TV
Equipes de resgate seguem no local nesta quarta (5) – Foto: Hussein Malla/AP.
Funcionários enviaram ao menos cinco cartas à Justiça, questionando o que fazer com a carga explosiva.

O mundo foi surpreendido pela gigantesca explosão que ocorreu na cidade de Beirute, no Líbano, na terça-feira (4). No entanto, segundo investigação da rede de televisão Al Jazeera, um dos principais veículos da imprensa árabe, o governo libanês sabia do risco de armazenar o nitrato de amônio desde 2014.

A substância química estava estocada em um hangar no porto de Beirute e, como afirmou o presidente do país, Michel Aoun, foi a provável causadora da explosão. Os dados mais recentes da Cruz Vermelha libanesa já somam mais de 100 mortos, mais de 4 mil feridos e aproximadamente 100 pessoas desaparecidas.

Governo do Líbano sabia do risco de explosão, afirma rede de TV
Imagem feita por drone nesta quarta (5) mostra situação no porto de Beirute – Foto: Hussein Malla/AP.
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Explosão deixou local semelhante a um espaço de guerra – Foto: Mohamed Azakir/Reuters.
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De acordo com a rede Al Jazeera, o governo do Líbano foi alertado diversas vezes sobre o perigo. Segundo documentos obtidos pela emissora, funcionários alfandegários enviaram, aliás, ao menos cinco cartas à Justiça entre 2014 e 2017, questionando o que fazer com a carga, que havia sido apreendida no fim de 2013.

“À luz do grave perigo ligado à estocagem dessas mercadorias em condições climáticas inadequadas, reafirmamos nosso pedido para a agência marítima reexportar imediatamente tais mercadorias para preservar a segurança do porto e daqueles que ali trabalham, ou então tentar aprovar sua venda”, diz uma carta obtida pela Al Jazeera.

Governo do Líbano sabia do risco de explosão, afirma rede de TV
Porto de Beirute ficou devastado – Mohamed Azakir/Reuters
Explosão deixou milhares de feridos – Anwar AMRO/AFP

Segundo a emissora, a carga com nitrato de amônio chegou ao Líbano em 2013 em um navio de origem russa e com destino a Moçambique. No entanto, a embarcação precisou atracar no porto de Beirute por problemas técnicos e quando as autoridades libanesas fizeram uma inspeção, descobriram a substância química, o que impediu o prosseguimento da viagem.

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O governo libanês abriu uma investigação para apurar o caso e os resultados devem ser reportados à Justiça em aproximadamente cinco dias. O presidente Michel Aoun classificou como “inaceitável” a falha em lidar com o nitrato de amônio e destacou que os culpados seriam responsabilizados.

Explosão foi na terça-feira (4) – Foto: Anwar AMRO/AFP.
Mais de 4 mil pessoas ficaram feridas – Mohamed Azakir/Reuters.