Nesta terça (06), a Riviera Francesa abre as portas para mais uma edição do Festival de Cannes, após o cancelamento do evento em 2020. O musical “Annette”, de Adam Driver e Marion Cotillard abrirá do evento, que contará com júri presidido pelo diretor americano Spike Lee que, inclusive, defendeu a união entre o cinema e a militância.
Lee ressaltou que o júri não deve “criticar apenas os filmes, mas também o mundo” e os “gangsters” que o “governam”, citando Donald Trump, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro e o russo Vladimir Putin.
A edição deste ano busca recuperar o tempo perdido e, para isso, a mostra oficial conta com 24 filmes rodados antes e durante a pandemia, sendo esse o maior número dos últimos anos.
Cineastas renomados, como o americano Wes Anderson, o holandês Paul Verhoeven, o iraniano Asghar Farhadi e diretores que já receberam o prêmio máximo em Cannes, como o italiano Nanni Moretti e o tailandês Apichatpong Weerasethakul disputam a Palma de Ouro, que será concedida no dia 17 de julho.
Para começar, será apresentado o primeiro filme em inglês do diretor francês Leos Carax, um musical com o americano Adam Driver e a francesa Marion Cotillard, que interpretam um casal de artistas glamurosos até que tudo muda. A trama é ambientada nos tempos de #MeToo, movimento contra o abuso sexual e concorre à Palma de Ouro.
“Annette” é “perfeita” para abrir o festival, pois “convida os espectadores a vibrarem com um grande espetáculo”, disse Cotillard.
O júri do Festival, ao realizar a tradicional coletiva, contou com membros combativos, como o pernambucano Kleber Mendonça Filho, que defendeu que uma das formas de “resistir” é divulgar a informação e denunciar, por exemplo, “o fechamento da Cinemateca Brasileira há mais de um ano”, uma “forma muito clara de reprimir a cultura e o cinema”.
Maioria no júri, as mulheres exigiram mais igualdade no setor, ressaltando que apenas uma delas, Jane Campion, conquistou a Palma de Ouro em toda a história do Festival por “El Piano”, em 1993.
A atriz e diretora Jodie Foster receberá, ainda, a Palma de Ouro honorária. Foster apresentou em Cannes “Taxi Driver”, de Martin Scorsese, há 45 anos, quando ainda era adolescente.
Dois anos após ter perdido a Palma de Ouro com “Dor e Glória” para o sul-coreano “Parasita”, o diretor e espanhol Pedro Almodóvar retorna à cerimônia.
O tradicional tapete vermelho contará com celebridades sem máscara. Menos lotado, por causa da pandemia, ainda será possível a participação de 30 mil participantes.
Com informações da AFP.
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