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Brasil atinge 600 mil mortos com pandemia em desaceleração

Foto: faboi/Shutterstock
País vive um cenário mais tranquilo que o de alguns meses atrás, mas ainda não há um controle da doença

Nesta sexta-feira (8), o Brasil atingiu a marca de 600 mil vidas perdidas para a Covid-19. Com a pandemia em desaceleração, o país levou pouco mais de três meses desde os últimos 100 mil óbitos registrados, em meados de junho, bem distante do que vinha registrando ao longo de todo o primeiro semestre, quando chegou a demorar apenas 36 dias para saltar de 300 mil para 400 mil óbitos, em abril.

Com 92% da população adulta já tendo recebido ao menos uma dose do imunizante contra a Covid, e mais de 60% com as duas doses ou a dose única, o país tem conseguido avançar de forma rápida na campanha de vacinação, já aplicado doses de reforços em diversas cidades.

Distante dos três mil óbitos diários registrados em abril, o Brasil tem hoje o registro de 438 mortes por dia, o menor patamar desde 13 de novembro de 2020. Antes visto com preocupação pela comunidade internacional, o país tem conseguido se sair melhor do que outras nações no combate à doença.

Apesar dos pesares, levando-se em conta todos os equívocos ocorridos ao longo de quase dois anos de pandemia, a professora da Unicamp e consultora da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), Raquel Stucchi, “hoje nossa realidade, sem dúvida nenhuma, é melhor”.

O bom momento tem encorajado governos a relaxarem medidas de restrição contra a Covid-19, liberarem eventos e planejarem festas como o Réveillon e o Carnaval. Apesar de verem como perigosas as flexibilizações, cientistas compreendem que o país vive hoje num grau de segurança ainda não experimentado desde o início da pandemia.

“Com o Sars-CoV-2 sempre podemos ter surpresas, mas as chances de nos surpreender é menor”, diz Raquel, que ressalta o fato de ainda não estarmos num cenário de tranquilidade, onde há um controle total da doença.

Apesar de respirarmos melhor, não podemos esquecer que em menos de dois anos, 600 mil vidas foram perdidas para a Covid. 600 mil sonhos que foram enterrados e sorrisos que desapareceram, além da multiplicação de lágrimas que se tornaram mais frequentes.