À mesa

A excelência do bar de ostras do Tulasi

Foto: Reprodução/Instagram
A produção é da empresa pernambucana Ostra Mar do empresário Cassiano Falangola

Por Bruno Albertim

Para além das areias da praia de Boa Viagem, onde comer ostras vendidas em baldes faz parte da paisagem como o mar ali na frente, o Recife tem recebido lugares especiais para o consumo dos moluscos – esses que são um dos mais antigos fetiches gastronômicos da humanidade. “Se não nos livrarmos dos utensílios e talheres e, jogando a cabeça para trás, levarmos a meia concha à boca, extraindo a criatura da toca com nossos dentes, provando seu suco salgado e espremendo-a ligeiramente contra o céu da boca antes de engoli-la viva”, diz o espanhol Felipe Fernandez – Armestro, autor do clássico Comida – Uma história, “estaremos nos privando de uma experiência histórica”.

Divagações à parte, o fato concreto é que o Tulasi Mercado Orgânico, referência na alimentação orgânica e saudável e uma espécie de manifesto prático à sustentabilidade mantido pela empresária Renata Nascimento na Zona Sul da cidade, conta agora com um Oyster Bar – ou, em bom português, um bar de ostras. Antes de falar propriamente das propriedades culinárias agregadas ao molusco, é preciso ressaltar a excelência do ingrediente ali disponível.

TULASI OSTRAS

Depuradas em laboratórios para perder quaisquer impurezas e depois mantidas em um aquário especial à vista dos clientes, as ostras de produção cuidadosamente orgânica são cultivadas em lagoas das praias de Caiçara e Tibau do Sul, livres de poluição, no Rio Grande do Norte. A produção é da empresa pernambucana Ostra Mar, do empresário Cassiano Falangola, que já abastece o mercado brasileiro com mais de 70 mil ostras vendidas por mês. A empresa, por sinal, tem um excelente serviço de entrega de ostras e outros produtos marinhos em casa – pra facilitar a vida do comensal, os moluscos, mantidos vivos sob refrigeração, podem ser entregues semiabertos, com as conchas fechadas com ligas de borracha ou com coberturas para gratinar.

No Tulasi, a OstraMar montou um criatório em que as ostras são mantidas vivas até serem solicitadas no salão. Mas é no cardápio criado pela chef Tati Teci que os moluscos confirmam a potência de sabores. A elas, a chef agrega pequenas fórmulas com ingredientes também livres de conservantes ou acidulantes industriais, alguns, artesanais.

TULASI OSTRAS

Para sentir o Recife “à boca’, uma das mais cativantes é mesmo a praieira: azeite, sal, pimenta e cominho sobre carne marinha e naturalmente adocicada da ostra. A oriental é um acontecimento: molho fermentado de ostra, wassabi, shoyu, ovas e alga wakame. Entre as quase dez opções, há também tempurá de ostra, as clássicas gratinadas com cobertura de queijo e uma de talhar para sempre a memória do paladar com shimeji branco e um azeite de trufa bem equilibrado.

Para beber, além de cervejas, há vinhos naturais e orgânicos, como o excelentes Petillant Naturel , ou PétNat, que são espumantes de única fermentação natural pelo método ancestral, com leveduras selvagens, dos vinhateiros gaúchos Gabriela Schaefer e Eduardo Zenker, da Arte da Vinha. Fresco, fácil de beber e menos complexo que os espumantes do método champegnoise, os pet nats continuam a fermentar na garrafa, com o gás carbônico oferecendo uma proteção natural contra a oxidação, sem a necessidade da adição artificial de sulfitos.

TULASI OSTRAS

Adicionar comentário

Clique aqui para comentar