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Renato Góes fala sobre preconceitos que viveu por ser nordestino

Renato Góes - Foto: Divulgação/TV Globo
Ator pernambucano interpreta o vilão da próxima novela das 18h da TV Globo

Depois de viver o vaqueiro José Leôncio na primeira fase de ‘Pantanal’, o ator pernambucano Renato Góes se prepara para dar vida a Tertulinho, grande vilão da nova novela das 18h da TV Globo, ‘Mar do Sertão’. A trama, aliás, se desenrola em Canta Pedra, no interior do Nordeste. Além disso, o elenco da novela também está muito atrelado à região, com 20 atores nordestinos.

Renato Góes – Foto: Divulgação

Segundo Renato, esta é uma vitória, mas nem tudo são flores. O pernambucano faz questão de lembrar os preconceitos que viveu ao longo da carreira por ser nordestino. “Já era hora de a teledramaturgia fazer isso. A gente está vendo reflexos de uma batalha de anos, mas ainda existe um caminho muito longo a ser percorrido para mais mudança, O fato de ser nordestino sempre foi um problema em relação a piadas, brincadeiras… Falam do sotaque, da forma de vestir, brincam com a forma que você chama o nome das coisas. Conviver com isso sempre foi um problema. Até hoje ainda vejo uma forma pejorativa de nos tratarem”, conta Góes.

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Aliás, o ator enfrentou dificuldades quando começou na profissão. Ele lembra que na época, em 2006, o cinema nordestino vinha numa crescente boa, mas teve que ouvir diversas frases que o chateavam. Além disso, sempre viu a necessidade de ficar atento às produções ligadas ao Nordeste para conseguir fazer parte do elenco.

Perguntavam de onde eu era, e, quando eu dizia que era pernambucano, tinha uma coisa de “Ah, vão dominar tudo”, “Mais um”, “Vocês estão querendo tomar tudo”. Por muitos anos, tinha que ficar ligado em quais eram as novelas, filmes ou qualquer trabalho que tivesse a temática Nordeste para tentar participar, porque era muito rotulado e só éramos escalados para fazer um trabalho de nordestino. O pior disso é que personagens nordestinos eram muito ocupados por pessoas do Sudeste. A gente ficava numa de ficar implorando para fazer um papel que cabia a nós. E os que cabiam a nós eram interpretados por outros.