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Atores de Hollywood se juntam à roteiristas em greve inédita

A indústria do entretenimento em Hollywood está passando por uma crise sem precedentes. O SAG-AFTRA, sindicato que representa mais de 160 mil atores e atrizes, anunciou nesta sexta-feira (14) o estado de greve, juntando-se ao sindicato de roteiristas WGA, que já está paralisado desde maio.

Pela primeira vez em mais de 60 anos, ambos os sindicatos interrompem todas as atividades simultaneamente, o que pode resultar em mudanças significativas para futuros filmes e séries.

Um dos principais pontos de conflito tanto para atores quanto para roteiristas é a disputa em torno dos “residuals” ou “compensatórios”.

Esse modelo de pagamento, que por anos sustentou muitos profissionais da indústria audiovisual, consiste em receber uma porcentagem adicional pelo uso contínuo da produção em exibições televisivas, vendas de DVD, blu-ray, entre outros formatos.

Artistas renomados, como Jerry Seinfeld e elenco de séries de sucesso, contam com esses valores para uma parte significativa de sua renda.

O SAG-AFTRA proibiu todas as atividades relacionadas à indústria do entretenimento, tanto em sets de filmagem quanto em eventos de divulgação. Isso significa que os membros do elenco filiados ao sindicato não poderão continuar atuando em projetos em andamento.

Entrevistas, aparições públicas e qualquer tipo de divulgação de projetos também estão vetados, sob risco de multa e suspensão.

Além disso, outra questão em comum entre atores e roteiristas é a limitação do uso de inteligência artificial (IA) em novos projetos. A preocupação gira em torno da possibilidade de ferramentas de criação planejarem roteiros do zero, com intervenção mínima de roteiristas humanos, e da utilização de tecnologias capazes de criar réplicas digitais de atores.

A última grande greve em Hollywood, ocorrida entre o final de 2007 e o início de 2008, teve um impacto econômico significativo, estimado em cerca de US$ 2 bilhões para a economia da Califórnia. Agora, com a paralisação conjunta de atores e roteiristas, a indústria do entretenimento aguarda para ver quais serão as consequências desse impasse e como isso afetará a produção de filmes e séries nos próximos meses