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Onda de calor extremo e crise climática na Europa é ó o começo

Enquanto o verão europeu avança, uma segunda onda de calor extremo, apelidada de “Charon”, ameaça regiões do sul do continente, colocando em risco a saúde das pessoas e criando condições propícias para incêndios florestais.

A Agência Espacial Europeia alertou que as altas temperaturas ainda estão em ascensão e países como Itália, Espanha e Grécia enfrentam dias insuportavelmente quentes, com temperaturas chegando a ultrapassar os 40 graus Celsius.

O efeito do calor implacável é comparado por Hannah Cloke, cientista do clima da Universidade de Reading, a um gigantesco forno de pizza sobre o Mediterrâneo.

A bolha de ar quente, vinda da África, se instalou sobre o sul da Europa, e a combinação de altas pressões atmosféricas tem resultado no acúmulo do calor no mar, terra e ar, aumentando ainda mais as temperaturas.

Enquanto o mundo enfrenta a crise climática, os líderes globais são instados a agir com urgência. O chefe da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, ressalta que hoje, em várias partes do mundo, estão sendo registradas as temperaturas mais altas já documentadas. Ele alerta que a crise climática é uma realidade, não um aviso, e pede por ações imediatas.

Não apenas a Europa está sofrendo com o calor extremo, mas também outras partes do globo. O noroeste da China registrou impressionantes 52,2 graus Celsius, e no Vale da Morte da Califórnia, nos EUA, quase 52 graus Celsius foram alcançados no último domingo.

Diante do cenário atual, os cientistas alertam que eventos climáticos extremos, como ondas de calor, serão cada vez mais frequentes e intensos. Com o aquecimento global causado pela atividade humana, as temperaturas globais já subiram 1,2 grau Celsius em relação aos níveis pré-industriais.

Simon Lewis, presidente de ciência da mudança global na University College London, enfatiza que essa é apenas uma amostra do que está por vir. As políticas vigentes em todo o mundo projetam um preocupante aumento de 2,7 graus Celsius até 2100, caso não sejam tomadas medidas significativas para combater a crise climática.

Enquanto a Europa e outras partes do mundo enfrentam esses extremos de calor, a urgência de ações concretas para mitigar a crise climática é mais evidente do que nunca. O futuro do planeta e da humanidade depende de decisões assertivas e responsáveis para conter os impactos desastrosos que a mudança climática pode trazer.