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Ex-jogador da NFL processa “pais adotivos” e desmente sua história

Um sonho possível?

O ex-atleta da NFL, Michael Oher, campeão do Superbowl 2013 pelo Baltimore Ravens, abriu uma petição contra a sua família adotiva nos EUA, de acordo com uma reportagem divulgada pela ESPN.

Talvez você reconheça a história do atleta pelo filme “Um sonho Possível”, que estrela a querida atriz Sandra Bullock que ganhou a estatueta de Melhor Atriz.

O filme é dirigido por John Lee Hancock e conta a história de uma família rica dos Estados Unidos, que adota um jovem negro, que depois vem a ser um grande jogador de futebol americano. Essa é a história de Michael Oher e essa é a família que ele está processando.

Na trama, Oher é adotado pela família Tuohy, formada por Sean Tuohy e Leigh Anne Tuohy, e interpretada por Bullock e Tim McGraw, que teriam incentivado o jovem a tentar seguir carreira no futebol americano, na qual ele segue com sucesso. Mas nem tudo são flores.

“Um Sonho Possível”, filme de 2009

 

Ao que aparenta, Michael apresentou uma petição a um tribunal do Tennessee, nessa segunda-feira (14), alegando que a sua adoção nunca aconteceu na vida real, mas sim uma tutoria enquanto ele ainda era um estudante do ensino médio.

A petição, que tem mais de 14 páginas, alega que três meses depois de Oher completar 18 anos, em 2004, o casal o enganou para que assinasse um documento tornando-os seus tutores, o que lhes dava autoridade legal para fazer negócios em seu nome. Ainda segundo a reportagem, Michael não ganhou um centavo pela sua história, que rendeu 330 milhões de dólares (1.5 bilhões de reais), o dinheiro teria sido recebido pelos tutores e seus filhos biológicos.

“Michael Oher descobriu essa mentira para seu desgosto e constrangimento em fevereiro de 2023, quando soube que a tutela com a qual ele consentiu com base no fato de que isso o tornaria um membro da família Tuohy, na verdade não lhe fornecia nenhum relacionamento familiar com os Tuohys”, diz a reportagem.

Tutela x Adoção

Na época, a família Tuohys lhe dissera que basicamente não havia diferença entre adoção e tutela. Oher escreve em seu livro publicado em 2011 ‘I beat the odds’ (Eu venci as probabilidades), que a família havia lhe dito que serem tutores e serem pais adotivos seriam a mesma coisa.

“Eles me explicaram que significa exatamente a mesma coisa que ‘pais adotivos’, mas que as leis foram escritas de uma maneira que levava em consideração minha idade”.

Oher

Contudo isso só seria verdade se das duas formas eles se tornasse um membro legal da família, como por exemplo se  se tivesse sido adotado, e assim teria se mantido o poder de lidar com seu proprio dinheiro. A tutela permite que mesmo que você seja adulto sem nenhuma deficiência física ou psicológica, seus pais detenham autoridade sob sua vida, o que acomteceu com Oher.

Os Tuohys

Segundo a reportagem, os Tuohys negaram que haviam recebido muito dinheiro com o filme, mas sim uma taxa fixa pela história que era compartilhado com Oher. “Nós dividimos em cinco partes”, escreveram eles no livro “In a Heartbeat: Sharing the Power of Cheerful Giving” (em tradução livre, algo como “Em um piscar de olhos: compartilhando o poder da doação feliz”).

A ESPN tentou entrar em contato com os Tuohys mas não obteve retorno. A família ainda não se pronunciou.