O raro mural de Di Cavalcanti, que por décadas adornou o hall do Edifício Machado de Assis, na prestigiada Avenida Atlântica, foi vendido por impressionantes R$ 8 milhões durante a SP-Arte, uma das mais importantes feiras de arte da América Latina.
A negociação, que envolveu diretamente o condomínio, marca o fim de uma era em que a arte era parte do cotidiano sofisticado dos edifícios cariocas. Assinada por um dos grandes mestres do modernismo brasileiro, a obra de grandes proporções permaneceu longe dos holofotes, mas era um verdadeiro símbolo da elegância e do valor cultural que já foram marcas registradas da arquitetura residencial de luxo no Rio de Janeiro.
O Edifício Machado de Assis, onde o mural ficou por tantos anos, é um dos endereços mais valorizados da cidade. Com apartamentos de aproximadamente 600 m² — cotados, em média, por R$ 12 milhões —, a construção ainda conta com jardins assinados por Burle Marx e uma vista privilegiada para o mar.
A retirada do mural representa mais do que uma transação milionária: é também o encerramento de um capítulo artístico e histórico de Copacabana, onde luxo e cultura já caminharam lado a lado com mais frequência.