A primeira pergunta que fazemos quando botamos os pés no Muamba é: onde eu estava que não estive aqui antes?
Para quem teve infância ou adolescência entre os 80 e 90, esta casa de refeições rápidas – onde, de fato, hambúrgueres e outros acepipes são tratados como assunto de adultos -, é uma festa para os sentidos: mobiliário tubular retrô, típico da primeira geração de lanchonetes do Brasil, iluminação bem dosada e paredes decoradas com tipografias do antigo comércio popular e desenhos com o humor delicioso do artista Getúlio Maurício.
Mas o que de fato impressiona é como, nesta época em que há uma hamburgueria em cada esquina da cidade, todas sem o menor pudor de banalizar o termo “artesanal”, o que ali é preparado tem trato e respeito de restaurante de primeira grandeza.
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Já consagrado por seu trabalho à frente do Reteteu e do São Pedro Restaurante, Thiago das Chagas é um dos nomes da nova geração de chefs do Recife a provar a versatilidade dos insumos locais. Ele prova que pode ser regional sem ser nem um pouco caricato.
No cardápio, há uma das melhores coisas que alguém já fez com carne na cidade: um super suculento hambúrguer de Angus, rosado por dentro, 200 gramas, uma sutil maionese de coentro, alho confitado e um coalho muito bem defumado.
A cerveja costuma estar sempre gelada, há belisquetes como os nuggets artesanais de peixe com caldo de camarão ou itens divertidos como o Hot dog de linguicinha com coalho, molho de mostarda e vinagrete.
Funciona de terça a domingo, sempre a partir das 18h30. E numa casinha de uma rua semisecreta ali perto do Mercado da Madalena, que já é outro presente. Nos fundos, aliás, há uma loja ótima com artigos de antiquário e arte popular super bem garimpados.
*Por Bruno Albertim ([email protected])