Considerando que o Brasil é o 5° País mais sedentário do mundo e lidera o ranking na América do Sul, de acordo com a OMS – cerca de 46% da população não pratica atividade física suficiente para manter-se com saúde – isso nos leva a pensar que metade da população está predisposta a desenvolver doenças do coração, diabetes e obesidade. Este último, inclusive, já faz parte da realidade de 20% dos brasileiros, de acordo com o Ministério da Saúde.
Somado a isso, temos um problema atual e que ainda não atingiu o pico: a curva de contágio do coronavírus. Segundo o indicador Imperial College de Londres, o Brasil tem a maior taxa de reprodução de Covid-19 do mundo. Recife está entre as quatro cidades que mais preocupam em razão do avanço da doença. Se antes da pandemia, o sedentarismo era fator determinante para o aparecimento dessas doenças crônicas, hoje o nosso corpo tem mais um inimigo para combater.
Sobretudo porque, a Covid-19 atinge mais fatalmente os obesos, diabéticos, hipertensos, além dos idosos, embora as mortes de adultos com menos de 60 anos e sem registros de fatores de riscos terem avançado no País exponencialmente em um intervalo de um mês. O Brasil já superou a China, berço do coronavírus, em número de mortes. Mais de 5.500 brasileiros não resistiram a Covid-19. Por enquanto, em todo território nacional, já são quase 80 mil casos confirmados.
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O #CUIDAR convidou o médico Sávio Cardoso, doutor em Ciências na Faculdade de Medicina da USP, que atua nas áreas de Nutrologia e prática Ortomolecular, para falar sobre a necessidade de manter a imunidade em dia através de um estilo de vida saudável.
Segundo o médico Sávio Cardoso, o exercício físico é, sem dúvida, um dos grandes pilares para a manutenção da saúde. “A prática regular mantém ou aumenta a massa muscular, melhora a densidade óssea e reduz o percentual de gordura e os níveis pressóricos. Também aumenta a sensibilidade da insulina na célula, regula os níveis hormonais, além de estimular a liberação de neurotransmissores de prazer e bem-estar.
Ou seja, além de ajudar no controle do peso e melhoria da composição corporal, contribui em nível bioquímico para a manutenção da saúde, evitando surgimento ou agravamento de doenças”, atesta o médico, doutor em Ciências na Faculdade de Medicina da USP, que atua nas áreas de Nutrologia e prática Ortomolecular.
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De acordo com ele, apesar de o período de isolamento limitar a prática do exercício físico, com academias, praias e parques fechados, o importante é não acomodar. “A manutenção dos exercícios físicos vai nos ajudar a manter a nossa imunidade em dia. É um momento onde praticamente todos estão mais ansiosos e terminam buscando relaxamento em comidas pouco saudáveis, além do consumo de bebidas alcoólicas”, argumenta.
“É hora de cuidar ainda mais da saúde. Se o treino não é o ideal, não importa. Precisa ser mantido da forma que for possível”. O Plano de Ação Global para Atividades Físicas da Organização Mundial da Saúde (OMS) tem como objetivo reduzir a inatividade física em 15% até 2030, com a ajuda da população, empresas e o Poder Público.
“A gente defende que a realização rotineira do exercício físico vai melhorar a nossa imunidade, o equilíbrio do nosso corpo, assim como a alimentação saudável. A alimentação mais crua, os alimentos mais naturais. Aquela máxima: “descascar mais e desembalar menos” ajuda muito. Mas quando a gente pensa em imunidade, o ideal é que a gente construa”, ensina o médico Sávio Cardoso.
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“Tentar comer melhor não significa comer duas ou três vezes mais. O ideal seria evitar os açúcares, farináceos, carboidratos refinados e frituras. A nossa alimentação deve ser baseada em alimentos mais frescos, menos industrializados possível. Lembrar de consumir quantidades adequadas e individualizadas de proteínas, além de buscar fontes de gorduras boas e saudáveis.
Incluir na alimentação legumes, verduras e hortaliças. Frutas também devem fazer parte do cardápio, mas cuidado com os excessos. Uma coisa superimportante para a manutenção da imunidade é um sono reparador, um sono de qualidade. As pessoas que não dormem tendem, sim, a ter uma queda na imunidade. O estresse reduz a imunidade”, alerta e acrescenta: “A nossa parte é estimular esses pilares para uma vida saudável. Não podemos esperar essa pandemia passar para aí, sim, darmos início ou continuarmos com os cuidados necessários com a nossa saúde. A mudança do estilo de vida precisa fazer parte da nossa reflexão na quarentena. Um estilo de vida saudável precisa fazer parte da nossa lista de prioridades”. A Associação Brasileira de Nutrição lançou o Guia para uma Alimentação saudável em Tempos de Covid-19. Site:www.asbran.org.br.
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