As redes sociais tem se tornado um refúgio ainda maior para os jovens durante a quarentena. Mas o excesso da vida digital pode causar “Dismorfia Instagram”, ou TDC (Transtorno Dismórfico Corporal). Segundo o Journal of The American Society of Plastic Surgens, o distúrbio faz com que os jovens busquem procedimentos estéticos para se aproximarem de suas versões “perfeitas” em selfies com filtros de beleza.
“Ainda que pareçam inofensivos e usados como forma de entretenimento, os filtros são preocupantes, uma vez que possibilitam uma “versão online” com proporções perfeitas e simétricas, estabelecendo assim um padrão de beleza ilusório e praticamente inatingível”, afirma o Dr. Alan Landecker, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Segundo o especialista, estas ferramentas causam intenso sofrimento às pessoas, que a cada dia tornam-se mais insatisfeitas com o próprio corpo. Com isso, elas tomam medidas extremas para mudar suas imperfeições, recorrendo às cirurgias plásticas.
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O problema pode se agravar durante a pandemia da Covid-19. Isso porque as pessoas ficam mais tempo conectadas durante o isolamento social, e consequentemente, passam a se autoavaliar ainda mais. Dados da Academia Americana de Cirurgia Facial Plástica e Reconstrutiva de 2019 apontam que 55% dos cirurgiões relataram ter visto pacientes solicitando procedimentos para “melhorar sua aparência em selfies”, um aumento de 13% em relação ao estudo anterior.
É importante lembrar que as selfies também contribuem para mudar a percepção que os jovens têm do próprio rosto. O ângulo em que se tira a foto no modo selfie não favorece os traços, pelo contrário, até os distorce. “Quando se aproxima muito o celular do rosto, por exemplo, o nariz na foto acaba saindo mais largo do que ele realmente é. Se a intenção é recorrer a uma cirurgia, solicitamos que os pacientes peçam a alguém para os fotografarem de longe e a partir disto, avaliamos se a queixa é pertinente”, disse o Dr. Alan.
Além disso, o alerta é válido também para as pessoas que recorrem às cirurgias inspirando-se na beleza de celebridades. “Basta pensar que as atrizes, modelos e digital influencers possuem imperfeições como todos e que há enorme diferença entre o que é visto offline e suas versões postadas nas redes sociais, onde o photoshop, em sua maioria, impera”, concluiu.
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