Dez pacientes com Covid-19 foram tratados para a doença com um remédio contra azia. Todos, aliás, apresentaram melhora dos sintomas. A série de casos foi publicada na revista Gut, da British Society of Gastroenterology e publicação do grupo BMJ. Ainda assim, a pesquisa é pequena e não indica que a droga seja eficaz contra o coronavírus.
Os cientistas selecionaram oito pessoas do estado de Nova York, uma de Nova Jersey e outra da Suécia para participar da pesquisa. Todas foram medicadas com altas doses da droga Famotidina, popular nos EUA por seu preço acessível em comparação a outros medicamentos com funções semelhantes. Entre os pacientes, sete tinham resultado positivo para Covid-19 apontado por teste PCR (considerado padrão-ouro), dois tiveram a doença confirmada por testes sorológicos e o último teve somente o diagnóstico clínico.
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Segundo os pesquisadores, cerca de 48 horas após o início do uso da Famotidina, todos os pacientes já relatavam melhora dos sintomas. Ainda assim, havia grande variação do período sintomático anterior dos pacientes e nenhum deles foi hospitalizado. Com isso, os próprios autores alertam para as grandes fragilidades da pesquisa. Ela não é um ensaio clínico duplo-cego, no qual médicos e pacientes não sabem, respectivamente, o que estão dando ou tomando, não é controlado, quando há um grupo de controle para comparação dos resultados com os pacientes que usaram determinado medicamento, nem randomizado, quando a escolha dos pacientes que farão parte do estudo é aleatória.
Estudos anteriores sobre a eficácia do remédio estiveram em curso nos Estados Unidos, mas devido à propagando do presidente Trump pela hidroxicloroquina, eles não seguiram com tanta seriedade e apoio. Ainda assim, pesquisadores começaram a analisar que as modelagens moleculares apontavam que o medicamento poderia impedir a ação de uma enzima essencial para a replicação viral. Além disso, outra pesquisa indicou que, em pacientes com Covid-19 e não intubados, a Famotidina estava associada com redução da chance de morte ou intubação. “Os achados são observacionais e não devem ser interpretados como se a Famotidina tivesse efeito protetivo contra a Covid-19”, alertou os autores.
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