- Por Bruno Albertim
Sempre um assunto capaz de mobilizar verdadeiras paixões, os burgers de preparo rápido que simbolizam como nenhum outro elemento a cultura da fast-food são marcas inegáveis do nosso tempo.
Como negar o poder de magnetismo da McDonald’s Corporation, a cadeia mundial que serve nada menos que 68 milhões de clientes por dia e espalhados em impressionantes 119 países do mundo?
Uma fórmula que veio pra ficar, talvez a mais abrangente marca da cultura alimentar do século 20. A ideia surgiu ainda em 1948, quando os irmãos com o sobrenome que batizaria a marca criaram a primeira loja da McDonald’s. A fórmula: hambúrgueres em série, feitos na hora, seguindo a lógica da linha de produção da grande indústria.
Uma digressão pessoal: nunca posso esquecer quando, no Recife do final dos anos 80, as crianças da minha rua obrigavam os pais a organizarem a logística de verdadeiras excursões para irmos ao shopping em caravana e, enfim, ver aquilo de perto. Na época, a pergunta que não calava: “Já comeu um Big Mac?”
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Qualidade e praticidade nos restaurantes fast casual
Depois, vieram Burger King e Bob’s, capazes de provocar tantas paixões como a marca pioneira. Com pequenas alterações na receita básica, com ou sem fritas, com ou sem shake, sempre uma festa instantânea. O melhor dos três? Inútil tentar responder. É como convencer um torcedor de um time das qualidades do outro. E, sim, ali estão os elementos básicos de uma refeição: carboidrato (pão), proteína (carne), vitaminas nas verduras e no queijo.
E nem só da cultura americana vivem as praças de alimentação.
Os pastéis, por exemplo. Não há feira pública do Brasil que se preze e não ofereça esse prosaico acepipe de origem portuguesa frito na hora depois das sacolas carregadas.
No Pastello, inaugurado há décadas na primeira praça de alimentação do Shopping Recife, essa cultura tão brasileira é mais do que bem celebrada.
A rede de pastelarias surgiu ainda em 1989. De Porto Alegre, se espalhou pelo Brasil. Acho que não tinha oito anos de idade quando provei o primeiro, ali mesmo, no Shopping Recife.
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O novo universo da carne no Shopping Recife
De lá pra cá, uma coisa não mudou em nada: a massa perfeitamente crocante, sequinha, sem óleo pra sujar as mãos, e muito recheio dentro. Ninguém merece, afinal, pastel de vento.
O de carne com azeitona e ovos ou bacon é um clássico das multidões. O de camarão com catupiry, é paixão à primeira mordida. E o melhor: pra fazer a dobradinha, tem caldo de cana tirado na hora!!!!
Também ali na praça, outra loja, mais recente, investe em combinações clássicas e também na mistura bem nordestina de charque com Catupiry. Vontade de um doce? Tente o pastel de banana, açúcar e canela.
Não vamos fazer comparações com aquele quibe feito em casa pela tia de ascendência libanesa. Mas ninguém pode negar a grande sacada da rede Habib’s de converter a grande culinária árabe em formato de fast-food e preços baratíssimos. As esfihas são fartas em massa e trazem carne ou frango nos sabores. Tradicionais ou inovadores, os kibes de carne podem ter até queijo no recheio. Globalizado, o cardápio traz também pizzas e burgers.
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A alegria de voltar a comer no Shopping Recife com segurança
Até as pizzas de massa dupla, com recheio no meio e chamadas de calzonnes, encontram sua versão “pronta pra comer” na praça. Bem parecidos com esfihas ou pasteis de forno, as da MiniKalzone possuem dos sabores elementares como margherita ou calabresa até versões mais leves com vegetais e massa integral.
Empadinhas? Claro que temos. Nas lojas das Empadinhas Barnabé, o cardápio é inteira e exclusivamente dedicado a essas tortinhas de massa amanteigada e quebradiça que os portugueses, pra nosso deleite, deixaram como herança da colonização por estas bandas. Um sabor? Tem vários. Mas palmito, camarão e bacalhau sempre atiçam mais minha vontade.
O Fast-food, se vê, fala várias línguas.
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