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Dose única da Janssen pode ser menos efetiva contra variante delta

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Segundo os primeiros resultados do estudo feito por pesquisadores da Universidade de Nova York, quem tomou o imunizante, supostamente de dose única, pode precisar de um reforço.

Um novo estudo realizado por especialistas da Univesidade de Nova York (NYU), mostrou que a vacina da Janssen, farmacêutica da Johnson & Johnson, tem baixa efetividade contra as variantes delta e lambda do coronavírus. A pesquisa ainda é inicial e foi publicada como pré-print no último dia 19.

Segundo os primeiros resultados, quem tomou o imunizante, supostamente de dose única, pode precisar de um reforço. A pesquisa foi feita usando amostras de sangue em laboratório, o que representa a efetividade, não a eficácia, que mostra os efeitos no mundo real.

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As conclusões diferem dos resultados apresentados pela própria Johnson & Johnson no início de julho. Segundo a empresa, a vacina da Janssen, em dose única, é capaz de manter as pessoas protegidas do coronavírus e das variantes por até oito meses após a imunização. O novo estudo ainda não foi revisado por pares ou publicado em uma revista científica.

No entanto, os resultados são similares ao que foi observado após uma única dose da vacina AstraZeneca. Os imunizantes da AstraZeneca e da Janssen tem o mesmo tipo de tecnologia. Os estudos mostram que a vacina desenvolvida na universidade de Oxford tem eficácia de 33% contra a variante delta após uma dose.

“A mensagem que nós queremos passar não é para que as pessoas deixem de tomar a vacina da Johnson & Johnson, mas esperamos que, no futuro, possa haver uma segunda dose da Johnson & Johnson, ou um reforço com Pfizer ou Moderna”, disse Nathaniel Landau, virologista e líder do estudo, ao jornal norte-americano New York Times.

Outros especialistas disseram ao NYT que os resultados são os esperados, pois todas as vacinas parecem funcionar melhor quando administradas em duas doses.

“Sempre pensei, e sempre disse, que a vacina da J&J (deveria ser) uma vacina de duas doses” disse John Moore, especialista em vírus da Weill Cornell Medicine em Nova York.

Moore apontou vários estudos em macacos e pessoas que demonstraram eficácia ainda maior com duas doses da vacina da Johnson, em comparação com uma dose. Ele afirmou ainda que o novo estudo era particularmente confiável porque foi conduzido por uma equipe sem vínculos com nenhum dos fabricantes de vacinas.

Mas os dados do novo estudo “não levam em conta a natureza completa da proteção imunológica”, rebateu Seema Kumar, porta-voz da J&J. Estudos financiados pela empresa indicaram que a vacina “gerou atividade forte e persistente contra a variante Delta que se espalha rapidamente”, disse ela.

A variante Delta é atualmente responsável por 83% das infecções nos EUA.

*Com informações do Globo