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Com críticas a Bolsonaro e o PT, Moro se filia em Brasília

Filiação de Sergio Moro ao Podemos - Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo
Entrando para o Podemos, o ex-ministro da Justiça não anunciou se disputará o pleito do ano que vem

O ex-ministro da Justiça Sergio Moro formalizou, nesta quarta-feira (10), sua filiação ao Podemos. O evento, que ocorreu em Brasília, reuniu autoridades do partido e apoiadores do ex-juiz da Lava Jato. Entre os nomes que marcaram presença no ato de filiação estavam Alvaro Dias (Podemos-PR), Luiz Henrique Mandetta, Jorge Kajuru (Podemos-GO), Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Joice Hasselmann (PSDB-SP), Kim Kataguiri (DEM-SP), entre outros. Aliás, ainda que o evento do partido o tenha anunciou como “futuro presidente da república”, Moro não anunciou qual cargo vai disputar na eleição no ano que vem.

Evento de filiação de Sergio Moro – Foto: Podemos/Divulgação

Em seu discurso, o ex-juiz tratou de diversos assuntos, entre eles meio ambiente, economia e segurança pública. Ainda assim, grande parte de sua fala foi dedicada ao combate da corrupção, bandeira que sempre defendeu na carreira. Neste momento, aliás, Moro não deixou de criticar antigos governos do PT, nem o atual governo de Jair Bolsonaro. Vale lembrar, inclusive, que ele deixou a pasta da Justiça e Segurança Pública após acusar o presidente de querer interferir na Polícia Federal.

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Sem citar nomes, Moro lembrou de escândalos de corrupção. “Chega de corrupção, chega de mensalão, chega de petrolão, chega de rachadinha. Chega de querer levar vantagem em tudo e enganar a população”, afirmou o ex-juiz. Além disso, ele ressaltou que entrou no governo porque esperava ajudar o Brasil a ter “esperança de dias melhores”. Mas afirmou que não encontrou o apoio do governo ao buscar combater a corrupção.

“Quando vi meu trabalho boicotado e quando foi quebrada a promessa de que o governo combateria a corrupção, sem proteger quem quer que seja, continuar como ministro seria apenas uma farsa. Nunca renunciarei aos meus princípios e ao compromisso com o povo brasileiro. Nenhum cargo vale a sua alma”, disse Moro.

Moro durante discurso – Foto: Sérgio Lima/Poder360

Além disso, o ex-ministro também revelou que uma das prioridades de seu projeto será acabar com a pobreza e que ele entrou na política para fazer correções “de dentro para fora”. Aliás, Moro disse que o projeto político dele “não é agressivo”. “Nossas únicas armas serão a verdade, a ciência e a justiça. Trataremos a todos com caridade e sem malícia. Respeitaremos aqueles que gostam e aqueles que não gostam de nós. O Brasil é de todos os brasileiros e nosso caminho jamais será o da mentira, das verdades alternativas ou de fomentar divisões ou agressões de brasileiro contra brasileiro”, afirmou, fazendo alusão aos escândalos do governo Bolsonaro envolvendo fake news.

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Ainda em tom crítico aos recentes acontecimentos do Governo Federal, Sergio Moro ressaltou a importância do trabalho da imprensa. “Incluo aqui nessa atitude de respeito e generosidade, a imprensa. Chega de ofender ou intimidar jornalistas. Eles são essenciais para o bom funcionamento da democracia e agem como vigilantes de malfeitos dos detentores do poder. A liberdade de imprensa deve ser ampla. Jamais iremos estimular agressões. Jamais iremos propor o controle sobre a imprensa, social ou qualquer que seja o nome com que se queira disfarçar a censura e o controle do conteúdo. Isso vale para mim e para qualquer pessoa que queira nos apoiar”, afirmou.