À mesa

O Frege de Paulo Braz no Recife Antigo

Frege - Foto: Divulgação

Quando a Merceria do Braz fechou as portas no bairro da Boa Vista pouco antes da pandemia, houve quem achasse que Paulo Braz encerraria sua carreira no ramo. Nome diretamente responsável pelo desenvolvimento de uma cultura da noite, desde as antigas Noites Olindenses até o ressurgimento boêmio do Recife Antigo nos profícuos anos 90 de tantas outras casas e bailes, Paulo está longe de pendurar as chuteiras. Instalado na Avenida Rio Branco, agora convertida num boulevard de pedestres, Frege é o nome da nova “instituição” criada por Braz.

Festa no Frege – Foto: Divulgação

O lugar primeiro encanta pela ambientação. Fica num prédio de pé-direito duplo de um antigo prédio modernista daqueles anos dourados em que o Brasil achava que era mesmo o país do futuro. Com um amplo salão em dois níveis onde as mesas se ondulam diante de um pequeno palco, a casa recebe também tertúlias e apresentações musicais – as rodas de samba com Xico de Assis, aos sábados, por exemplo, já estão dando o que falar. E a vontade de tomar um dos bons drinques da carta ali (bom o Capibaribe Spritz, de espumante, vodka, limão e xarope de framboesa) só aumenta diante delicioso bar com um balcão-serpente de cerca de dez metros em que o Recife exala os ares de quando se pretendia uma das capitais da modernidade no País.

Frege – Divulgação
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Com algumas exceções para quem quer fugir do mar, o cardápio é fincado em pescados no geral. E leva a assinatura de um dos bons nomes da nova gastronomia pernambucana, o chef Danilo Vieira, que usa o sobrenome da família para também batizar o restaurante-boteco fincado na Brasília Teimosa que tem a sua assinatura.

O cardápio de petiscos leva o frescor do mar para o Recife Antigo. Os pasteis de vatapá (R$ 34, seis unidades) são cremosos no recheio até dizer basta. Como também reconfortante é o Mix Frege: camarão de “bacia”, caldinho de mariscos, bolinho de feijoada e também os pasteis de vatapá. De sabor sutilmente marinho, o ceviche de camarão (R$ 49,90) é bem equilibrado por um sumo com camarão, manga, cebola roxa, coentro, limao e pimentas de cheiro e dedo de moça (R$ 49). De principal, há um clássico polvo a lagareiro (R$ 140), uma moquequinha individual de banana da terra (R$ 29), vegana como a parmegiana de beringela (R$ 29,90).

Na carta, consta ainda uma moqueca de peixe com camarão (R$ 170), que pode decepcionar aos que estão acostumados com a fórmula baiana do prato, já que leva pouquíssimo ou nenhum óleo de dendê. Opções como a copa-lombo assada com arroz de brócolis e coleslaw estão na oferta de pratos executivos para almoço (a partir de R$ 29). Para aumentar o clima de boemia coletiva, há opções também de cerveja em garrafa de 600ml, um clássico da botecagem recifense.

Serviço

Frege: Avenida Rio Branco, 155, Recife.

De segunda a sábado, com serviço apenas de almoço entre segunda e quarta.

*Por Bruno Albertim

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