O presidente Jair Bolsonaro escolheu seu próximo ministro da Educação, o quarto desde que assumiu o cargo. Renato Feder, secretário de Educação e Esporte do Paraná, assumirá o comando do MEC. Ele, aliás, é um nome ligado ao Centrão, grupo político do qual Bolsonaro tem se aproximado para evitar um possível impeachment. O novo ministro é graduado em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e mestre em economia pela Universidade de São Paulo (USP).
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Ainda assim, o nome de Feder foi duramente criticado pela ala ideológica do governo. Seguidores do guru da família Bolsonaro, Olavo de Carvalho, reprovaram a indicação de Renato, afirmando que não foi uma escolha do presidente, mas uma “indicação do sistema”. O grupo afirma que perderam o MEC, que foi entregue nas mãos de um “radical de esquerda”. Além disso, criticam a proximidade de Feder com João Dória, governador de São Paulo e adversário político de Bolsonaro. Aliás, nas redes sociais, a ala ideológica já começou a “fritura” de Renato Feder.
A ala militar do governo Bolsonaro tampouco ficou satisfeita com a indicação. Eles foram surpreendidos com o nome de Feder, uma vez que não é uma escolha que recebeu aval dos militares. O grupo, que quer um nome ligado à ele, também aderiu aos ataques contra o novo ministro, apontando possíveis incoerências em seu currículo. Aliás, o último indicado ao MEC, Carlos Decotelli, foi uma escolha da ala militar e ele nem chegou a assumir a pasta justamente pelas diversas polêmicas envolvendo informações falsas em seu currículo.
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Renato Feder chegou a defender o fim do Ministério da Educação e a privatização de todo o ensino público, a começar pelas universidades. A proposta, que incluía a concessão de vouchers para as famílias matricularem os filhos em escolas privadas, está no livro “Carregando o Elefante – como transformar o Brasil no país mais rico do mundo”, de 2007. A publicação é um compilado de críticas e sugestões para as diversas áreas da administração pública brasileira, idealizadas por Feder e seu antigo colega de trabalho, Alexandre Ostrowiecki. Ainda assim, quando assumiu a secretaria de educação do Paraná, ele afirmou que mudou de ideia sobre opiniões apresentadas no livro, incluindo a de privatização do ensino.
Além disso, Renato Feder tem contra si um caso de corrupção em 2016. Naquela época, o novo membro do governo de Bolsonaro foi denunciado por sonegação fiscal e responde a processo milionário na Justiça de São Paulo, que corre em sigilo. Em 2016, Feder e o sócio, Alexandre Ostrowiecki, administradores da Multilaser, foram denunciados pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Coordenadoria de Combate à Sonegação Fiscal (Coesf), por fraude de R$ 3,2 milhões em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
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