A Fenearte homenageará os Loiceiros de Pernambuco na sua 23ª edição. O tema foi escolhido como um justo resgate histórico às origens da arte do barro, que é tão tradicional e um dos símbolos do patrimônio cultural do nosso estado: a ancestralidade do artesanato que vem da terra, da pulsão criativa de moldar a matéria-prima e transformá-la em arte utilitária, iniciada ainda com os povos originários. O evento acontecerá entre os dias 5 e 16 de julho.
O fazer manual das loiças, que surgiu antes mesmo da arte figurativa, envolve, desde então, inúmeras pessoas que se reconheceram artesãs, artesãos, mestras e mestres da arte popular. Em Pernambuco, um fazer passado de mãos em mãos, de avós para pai e mãe, de geração em geração. Como a arte de Vitalino e Maria Amélia, ambos filhos de loiceiros e que transmitiram seus saberes aos seus descendentes.
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A importância desse tema já havia sido defendida por importantes nomes ligados à arte brasileira, como a arquiteta, designer e curadora Janete Costa, que dá nome à Alameda dos Mestres, considerado o abre-alas da Fenearte. “Reconhecer o valor da arte popular é criar laços, chamando cada brasileiro a olhar pra si mesmo e reconhecer-se como parte do povo. Apresentar a criação popular ao olhar do estrangeiro é convidá-lo a reconhecer-se em um outro, diferente e, no entanto, igual a si mesmo. Esse é o grande diálogo. Só nos reconhecendo numa arte que nos identifica podemos reconhecer na arte de outro uma expressão de nossa humanidade comum. Este é o elemento universal da arte: nos mostrar as pontes e caminhos para um mundo de paz”.
A Fenearte é um dos eventos mais aguardados do calendário anual de Pernambuco e também de todo o Brasil. Consolidada como a maior feira de artesanato da América Latina, ela representa não só a força do artesanato como vetor econômico, mas a preservação das manifestações culturais do Estado.
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