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Peeling de fenol: clínica onde jovem morreu é fechada em São Paulo

peeling de fenol
Foto: Reprodução
A esteticista Natalia Becker, dona da clínica, que realizou o procedimento, está sendo procurada pela polícia

A clínica de estética onde o jovem Henrique Silva Chagas, de 27 anos, morreu após realizar o procedimento “peeling de fenol” foi fechada e autuada pela vigilância sanitária de São Paulo. A esteticista e influenciadora Natalia Becker, dona da clínica, que realizou o procedimento, está sendo procurada pela polícia. Ela desativou o perfil no Instagram, onde acumulava mais de 230 mil seguidores.

“A Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), informa que o estabelecimento foi interditado e autuado pela Vigilância Sanitária municipal por exercer procedimentos em desacordo com a legislação vigente.”

O homem, que morreu na última segunda-feira (3), desejava aliviar as marcas de acne do rosto. Para isso, ele saiu de Pirassununga, interior de São Paulo, e viajou até a capital paulista para realizar o procedimento estético, que custou R$ 4,5 mil.

A Polícia Civil investiga a morte de Henrique como homicídio. “Resta definir qual o tipo de homicídio. Se é um homicídio culposo, que ocorreu por imperícia do profissional, que não é habilitado para fazê-lo. Ou até mesmo um provável homicídio doloso [por dolo eventual], quando o agente muito embora não queira o resultado morte, ele acaba assumindo o risco de produzi-lo”, disse o delegado Eduardo Luis Ferreira à TV Globo.

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A esteticista ainda não prestou depoimento à polícia, que tenta localizá-la. O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) informou que “defende que procedimentos invasivos”, como é o peeling de fenol “devem ser feitos por médicos”.

“O Cremesp defende que procedimentos invasivos devem ser feitos por médicos capacitados e treinados para identificar e tratar eventuais complicações, uma vez que é um tratamento que tem repercussão sistêmicas, já que o peeling de fenol é cardiotóxico, hepatotóxico e nefrotóxico, e somente o médico em um ambiente adequado ou em clinica autorizada pode fazer esse procedimento”, diz o comunicado enviado pela assessoria de imprensa do Cremesp.

Uma das suspeitas investigadas pela polícia é a de que Henrique possa ter tido algum tipo de reação alérgica ao tratamento e morrido por “choque anafilático” pelo uso de alguma substância química. Segundo o companheiro do paciente, o empresário Marcelo Camargo, que foi com ele à clínica, Natalia não teria pedido nenhum exame médico anterior para saber se o paciente era alérgico a algum medicamento.