O ativista brasileiro Thiago Ávila retornou ao Brasil nesta sexta-feira (13) após passar cinco dias detido pelo governo de Israel. Ele fazia parte de um grupo internacional de 12 pessoas que tentava chegar à Faixa de Gaza por via marítima, levando ajuda humanitária para a população civil palestina. A missão fazia parte da “Flotilha da Liberdade”, iniciativa que busca romper o bloqueio imposto a Gaza por meio de ações pacíficas.
Deportado, Ávila desembarcou no início da manhã no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, onde foi recebido pela esposa e pela filha de apenas um ano. Um grupo de cerca de 50 manifestantes, com bandeiras da Palestina e cartazes que pediam boicote a Israel, também aguardava o ativista, que concedeu uma entrevista à imprensa no saguão do aeroporto.
Eles ameaçaram me colocar em isolamento total e foi isso que fizeram. Fiquei dois dias lá dentro, sofri um processo de violência, mas não quero falar muito sobre isso porque nada se compara ao que os palestinos enfrentam”, relatou.
Entre os integrantes da flotilha estava também a sueca Greta Thunberg, conhecida por sua atuação ambientalista, que foi deportada por Israel dias antes da detenção do restante do grupo.
A gente tentou o máximo que a gente pode levar nossa missão humanitária, com alimentos, medicamentos, muletas, próteses para crianças amputadas, para o lugar onde elas estão mais necessitadas no mundo hoje. A gente foi impedido para um estado racista, supremacista, que há oito décadas pratica racismo e limpeza étnica”, afirmou Ávila.
“No fim das contas não tem nada a ver com religião, é uma ideologia: o sionismo. Essa ideologia precisa ser desafiada e derrotada, a partir da união de todo mundo, juntando todas as ações de rua, com pressões nas redes. Todo mundo tem que estar junto nessa batalha”, completou.